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Japão emite alerta para megaterremoto após tremor de magnitude 7,5

Um veículo ficou atolado em uma estrada que cedeu na região de Tohoku, no norte do Japão. Foto: Divulgação

A Agência Meteorológica do Japão emitiu um alerta nesta terça-feira (9) sobre a possibilidade de um grande terremoto atingir o norte do país até a próxima semana. O alerta, que foi baseado em estatísticas de tremores anteriores, aponta para a possibilidade de um terremoto de magnitude 8 ou superior, possivelmente ao longo da Fossa do Japão e da Fossa de Chishima, próximas à região de Hokkaido.

A informação foi confirmada por Morikubo Tsukasa, funcionário do gabinete da primeira-ministra japonesa, que ressaltou a importância de a população se preparar para eventuais tremores. Este é o primeiro alerta deste tipo desde a introdução dessa categoria de aviso em 2022.

Ele enfatizou que não há garantia de que um terremoto de grande escala ocorrerá, mas pediu que todos tomassem precauções para proteger suas vidas. “Não há certeza se um terremoto de grande escala realmente ocorrerá, mas todos devem atender ao alerta”, disse ele, reforçando a necessidade de preparação para um possível desastre.

A alerta segue após um tremor de magnitude 7,5 que atingiu o nordeste do Japão na noite de segunda-feira (8). Esse terremoto feriu pelo menos 30 pessoas e forçou milhares de moradores a deixar suas casas, além de causar danos em várias áreas.

O tremor, ocorrido a uma profundidade de 50 km e a cerca de 80 km da costa da região de Aomori, também gerou alertas de tsunami, que foram posteriormente cancelados. Embora o tsunami não tenha causado grandes danos, ondas de até 70 cm foram registradas.

Em resposta ao terremoto, a primeira-ministra do Japão, Sanae Takaichi, convocou a população a reforçar os preparativos diários contra desastres naturais.

“Reforcem seus procedimentos diários de preparação para terremotos, como garantir que seus móveis estejam seguros, e preparem-se para evacuar imediatamente caso sintam tremores”, afirmou Takaichi. Ordens de evacuação foram emitidas para cerca de 90 mil pessoas, de acordo com a agência de notícias Reuters.

Além disso, o terremoto causou cortes de energia em várias áreas. O governo de Aomori informou que cerca de 2.700 residências ficaram sem eletricidade. A empresa de trens East Japan Railway também suspendeu temporariamente alguns serviços nas áreas afetadas.

O governo japonês criou um escritório de resposta dentro do centro de gerenciamento de crises da primeira-ministra e montou uma equipe de emergência para avaliar os danos e coordenar as operações de resgate.

A empresa de energia elétrica Tohoku Electric Power, que opera usinas nucleares na região, informou que não houve irregularidades nos locais de suas usinas nucleares em Higashidori e Onagawa, nem no local da usina desativada de Fukushima, em decorrência do terremoto.

As autoridades japonesas também confirmaram à Agência Internacional de Energia Atômica que nenhuma anomalia foi detectada em Fukushima, local que já havia sido devastado pelo terremoto de 9,0 de magnitude em 2011.

O Japão é um dos países mais propensos a terremotos no mundo, registrando cerca de 1.500 tremores anualmente. O país está localizado no chamado “Anel de Fogo”, uma região com alta atividade sísmica, o que o torna vulnerável a terremotos de grande magnitude.

No início deste ano, um comitê de investigação de terremotos do Japão afirmou que havia uma probabilidade de 60% a 90% de que um megaterremoto atingisse a Fossa de Nankai nos próximos 30 anos. Os piores cenários sugerem que esse terremoto poderia causar danos bilionários e matar centenas de milhares de pessoas.

Em 2011, um dos maiores terremotos já registrados no Japão, com magnitude 9,0, desencadeou um tsunami devastador que matou mais de 18 mil pessoas e arrasou cidades inteiras.

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