POLÍTICA

Israel avalia anexar Cisjordânia em resposta ao reconhecimento da Palestina

O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu. Foto: Divulgação

Israel avalia a possibilidade de anexar partes da Cisjordânia como resposta a países que estudam reconhecer formalmente o Estado palestino, entre eles França, Reino Unido, Austrália e Canadá. A informação foi revelada por fontes consultadas pela agência Reuters.

A medida foi discutida neste domingo (31) em reunião do gabinete de segurança do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, embora o governo israelense não tenha confirmado oficialmente a pauta. Segundo as fontes, a ideia de estender a soberania israelense sobre a Cisjordânia volta ao centro do debate no momento em que a comunidade internacional pressiona por avanços no reconhecimento da Palestina.

A anexação seria acompanhada da retomada de assentamentos ilegais, que já estavam em “fase de construção” há mais de 20 anos, mas tiveram obras interrompidas em 2012, diante de críticas de governos dos EUA e de aliados europeus.

Caso não haja novos entraves, os primeiros apartamentos poderiam começar a ser erguidos no próximo ano. A perspectiva de anexação deve gerar forte reação de países árabes, além de condenação por parte dos palestinos, que reivindicam a Cisjordânia como parte de seu futuro Estado.

Para observadores internacionais, qualquer decisão de Netanyahu nesse sentido ampliaria o isolamento diplomático de Israel. “Qualquer passo em direção à anexação na Cisjordânia provavelmente atrairá uma condenação generalizada dos palestinos, bem como dos países árabes e ocidentais”, disse uma das fontes à agência.

O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu. Foto: Divulgação

O tema, no entanto, não é novo dentro do governo israelense. Há anos, membros da coalizão liderada por Netanyahu defendem a anexação de territórios na Cisjordânia. As experiências anteriores com Jerusalém Oriental e as Colinas de Golã servem de exemplo: Israel declarou soberania, mas jamais obteve reconhecimento internacional dessas anexações.

Enquanto a questão da Cisjordânia avança, outro plano controverso também vem sendo discutido: o futuro da Faixa de Gaza. Segundo reportagem do jornal The Washington Post, Israel, com apoio dos Estados Unidos, pretende administrar a região após o conflito e promover a saída em massa de palestinos. O jornal diz ter tido acesso a um rascunho de 38 páginas que detalha a proposta.

De acordo com o documento, cerca de 2 milhões de palestinos seriam deslocados de suas casas por meio de partidas descritas como “voluntárias” para outros países ou para áreas restritas dentro de Gaza durante o processo de reconstrução. “A ideia é que os deslocamentos ocorram de forma organizada, com compensações financeiras e realocação em fases”, afirmou uma fonte ouvida pelo periódico.

O plano também prevê pagamentos de 5 mil dólares para cada palestino que aceite deixar suas casas. Em paralelo, os Estados Unidos financiariam resorts e empreendimentos turísticos no território destruído, como forma de estimular a economia local e, ao mesmo tempo, reduzir a densidade populacional palestina.

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