
Apesar de os Estados Unidos terem instaurado medidas para inviabilizar projetos de baixo carbono durante o atual mandato de Donald Trump, porém o investimento em energia renovável continua se expandindo em todo o mundo.
Segundo o jornal The Guardian, o investimento global em tecnologias e projetos renováveis atingiu um número acima do esperado no primeiro semestre de 2025, batendo o recorde de US$ 386 bilhões (equivalentes a R$2,08 trilhões), contando com um aumento de cerca de 10% em relação ao mesmo período do ano passado.
Nesse contexto, foram designados mais de R$5,29 trilhões para combustíveis fósseis, ainda assim possui uma grande expectativa que o dobro desse valor, cerca de 11,88 trilhões de reais, sejam destinados a energias renováveis.
Nesta terça-feira (23/09), foi publicado um relatório do grupo de estudos Zero Carbon Analytics, evidenciando que a taxa de aumento do investimento em energia renovável não diminuiu expressivamente. Entre o primeiro semestre de 2023 e 2024, o aumento foi de 12% e de 2022 a 2023, foi considerado um aumento de 17%.
Segundo a analista de pesquisa do grupo Joanne Bentley-McKune, “o setor ainda mantém o ímpeto e a força subjacente. Houve um declínio [na taxa de crescimento], mas ele se alinha à média [dos últimos três anos] e sugere que o investimento em energia renovável é mais resiliente do que se poderia esperar”.
De acordo com o relatório de janeiro deste ano, foram anunciados novos financiamentos para energia limpa, entre os quais três quartos são destinados a redes de energia e transmissão de eletricidade. O financiamento de energia eólica aumentou cerca de um quarto no primeiro semestre de 2025, tendo a China e alguns países da Europa como os maiores mercados para energia eólica offshore.
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Governo Trump e o retrocesso na crise climática
Um relatório separado revelou que grandes empresas cumprem com suas promessas climáticas, apesar do recuo do governo Trump e algumas iniciativas para retroceder em certos compromissos.
No início do seu mandato, Donald Trump anunciou a retirada dos Estados Unidos do Acordo de Paris sobre o clima, o que foi considerado pela imprensa local como um retrocesso nos esforços federais para combater a crise climática. Porém, nem todos os estados seguiram a ordem de Trump, assim como algumas algumas empresas que, juntas, respondem por quase dois terços da receita corporativa do país.
O impacto da Casa Branca nas decisões climáticas tomadas por grandes empresas parece limitado, afirmou John Lang. “Falar sobre uma recessão líquida zero é exagerado. O retrocesso se limita aos combustíveis fósseis e seus financiadores, enquanto mais empresas estão migrando e aceitando cumprir metas e estabelecer cortes reais de emissões”, disse ele.
“Os países e as empresas precisam se movimentar. Ainda que as populações estejam implementando medidas para corresponder suas metas, ainda há um grande espaço entre interesse e ação”, conclui o relatório.
Ainda na matéria do The Guardian, o acadêmico britânico Thomas Hale, professor de políticas públicas globais na Escola de Governo Blavatnik, da Universidade de Oxford, frisou que “as empresas americanas sabem que precisam acompanhar o ritmo da União Euripeia, da China e de outras regiões onde a política climática está cada vez mais moldando a competitividade”.
“A neutralidade carbônica é menos um campo de batalha político e mais uma corrida para garantir mercados, investimentos e empregos futuros”, completou Hale.
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