POLÍTICA

Governo vê ação dos EUA contra Moraes como ingerência e pode chamar embaixadora

O secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, e o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Foto: Reprodução

O governo brasileiro estuda convocar a embaixadora em Washington, Maria Luiza Viotti, como forma de protesto contra a decisão do secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, que impôs sanções ao ministro Alexandre de Moraes e a outras autoridades do Judiciário, conforme informações do colunista Jamil Chade, do UOL.

Para o Palácio do Planalto, a medida é vista como “ingerência em assuntos domésticos” e um ataque direto às instituições brasileiras.

Rubio anunciou a revogação imediata dos vistos de Moraes, de seus familiares e de “aliados no tribunal”, acusando o magistrado de liderar uma “caça às bruxas política” contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

“Portanto, ordenei a revogação de vistos para Moraes e seus aliados no tribunal, bem como para seus familiares imediatos, com efeito imediato”, escreveu no X. A medida veio após a Polícia Federal (PF) determinar o uso de tornozeleira eletrônica por Bolsonaro, sob suspeita de planejar fuga para os EUA.

O gesto norte-americano é considerado inédito na relação bilateral, nem mesmo registrado durante a ditadura militar. A convocação da embaixadora brasileira para consultas é vista como provável, principalmente porque os EUA estão sem embaixador em Brasília.

Segundo o governo, isso nivelaria a diplomacia entre os dois países. “Temos linhas vermelhas na questão de ingerência sobre soberania”, disse um interlocutor do Planalto.

A escalada de tensão entre os dois países começou com uma diretriz de Rubio, no fim de junho, que previa sanções contra autoridades estrangeiras acusadas de censurar cidadãos ou empresas americanas — com impacto também sobre familiares.

Ainda que não tenha citado Moraes diretamente à época, diplomatas brasileiros já viam a iniciativa como um recado ao Brasil.

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