POLÍTICA

Governo Lula freia reação contra EUA e tenta salvar setores do tarifaço

Fernando Haddad, ministro da Fazenda – Foto: Reprodução

O governo brasileiro decidiu não adotar retaliações imediatas contra os Estados Unidos após a imposição da tarifa adicional de 50% imposta por Donald Trump sobre produtos brasileiros importados pelos EUA. Com informações do UOL.

Segundo um negociador envolvido nas articulações, a prioridade é dar uma resposta política, já que a ofensiva americana é vista como um gesto “substancialmente político”. Apesar disso, o cenário pode mudar a depender dos desdobramentos nas próximas semanas.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que as conversas com os americanos continuam em andamento. “Estamos longe do ponto de chegada, estamos num ponto de partida melhor. As negociações vão se aprofundar. Se o bom senso prevalecer, vamos chegar do outro lado da piscina sãos e salvos”, disse.

A postura adotada mostra uma divisão estratégica: enquanto o presidente Lula (PT) e o ministro Alexandre de Moraes endurecem o tom político, a área econômica opta pela diplomacia comercial. O objetivo é evitar prejuízos maiores a empresas e trabalhadores brasileiros que dependem do mercado americano.

Lula, presidente do Brasil – Foto: Claudio Reis/Getty

Geraldo Alckmin, vice-presidente e ministro da Indústria e Comércio, deve retomar as tratativas com autoridades dos EUA.

Internamente, o governo acredita ser possível negociar a retirada de mais setores da lista de produtos sobretaxados. “Máquinas é um problema porque é fácil substituir o destino. Os demais são mais fáceis de convencer”, avaliou um auxiliar de Alckmin.

Na opinião do ex-secretário de Comércio Exterior, Welber Barral, uma retaliação seria ineficaz. “A retaliação em bens acaba prejudicando a própria cadeia produtiva brasileira. Já a retaliação em propriedade intelectual é uma medida extrema, usada apenas quando não há alternativa de diálogo com o governo americano”, afirmou.

O pacote de ajuda às empresas afetadas deve ser enxuto, já que setores estratégicos como o da Embraer ficaram de fora das tarifas. A ideia é oferecer crédito para capital de giro a empresas atingidas, similar ao que foi feito no Rio Grande do Sul.

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