
A demissão da jornalista Daniela Lima pela GloboNews, anunciada na segunda-feira (4/8), surpreendeu o público e acendeu um alerta sobre a segurança da profissional.
Em meio à onda de ameaças que enfrenta desde sua ascensão na CNN Brasil e posterior passagem pela GloboNews, Daniela foi dispensada pela emissora sem qualquer amparo, mesmo após episódios reiterados de perseguição virtual e riscos à integridade física.
Segundo a coluna de Fábia Oliveira, do Metrópoles, pessoas próximas relatam que a rotina de Daniela virou “do avesso” nos últimos anos.
Alvo de ataques constantes de bolsonaristas, ela foi forçada a adotar medidas extremas, como o uso permanente de carro blindado. “A vida dela é infernal, nunca vi nada igual”, contou uma fonte ligada à jornalista.
A demissão aconteceu em um contexto de acirramento político, e grupos da extrema-direita comemoraram abertamente sua saída. Daniela era acusada por bolsonaristas de proximidade com ministros do STF e criticada por sua cobertura incisiva do governo anterior.
Apesar disso, a emissora justificou a dispensa com o argumento genérico de “renovação do quadro”.
Nas redes, Daniela disse que deixa a GloboNews com “cabeça erguida” e “missão cumprida”, mas amigos sugerem que ela se afaste temporariamente da televisão. Alguns aconselham um ano sabático até o fim do ciclo eleitoral de 2026, diante do clima de hostilidade e dos riscos de novos episódios de violência.
A falta de proteção institucional à jornalista após a demissão gerou críticas entre colegas de profissão e entidades ligadas à liberdade de imprensa. O episódio expõe uma crescente vulnerabilidade de comunicadores em um ambiente político radicalizado, em que vozes dissonantes, como a de Daniela Lima, viram alvos — e, muitas vezes, ficam sozinhas para lidar com as consequências.