POLÍTICA

Gleisi Hoffmann: Brasil é referência mundial em defesa da democracia, mas alerta para “anistia disfarçada para golpistas”

Gleisi Hoffmann destaca liderança global do Brasil na defesa democrática e critica medidas que podem beneficiar golpistas.

A ministra da Secretaria de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann (PT), afirmou que o Brasil se consolidou como uma referência mundial na defesa da democracia e no combate a projetos autoritários. A declaração surge em um momento de debate sobre iniciativas legislativas que, segundo ela, representam uma “anistia disfarçada para os golpistas”.

Em suas redes sociais, Hoffmann ressaltou a força das instituições brasileiras após a tentativa de golpe de Estado, destacando a importância da responsabilização dos envolvidos. Para a ministra, o protagonismo brasileiro nesse cenário global está em risco com propostas que buscam reduzir penas de condenados por crimes contra a democracia, enfatizando que “o Brasil não pode recuar”.

A fala da ministra ecoa a análise do filósofo norte-americano Jason Stanley, especialista em fascismo, que em entrevista à Folha de São Paulo, apontou o Brasil como líder na luta contra o fascismo contemporâneo. Stanley comparou Jair Bolsonaro a Donald Trump, mas ressaltou a diferença nos desfechos, com a condenação e prisão do ex-presidente brasileiro.

Brasil como Exemplo Global de Resistência Democrática

Jason Stanley considera a responsabilização de Bolsonaro uma exceção no cenário internacional, onde líderes autoritários têm ganhado espaço. Ele elogiou a coragem das instituições brasileiras, incluindo o Supremo Tribunal Federal, e a resiliência do povo diante das ameaças à democracia. “O Brasil deu o exemplo e mandou seu líder autoritário, Jair Bolsonaro, para a cadeia”, afirmou Stanley.

O filósofo, que se autoexilou no Canadá por temer o avanço fascista nos EUA, vê o Brasil em uma posição central na resistência global. “Suas instituições se mantiveram de pé. E o mundo agora quer entender como o Brasil fez isso, como derrotou esse inimigo”, declarou o intelectual, elogiando o fato de juízes e jornalistas não terem se intimidado.

Riscos de Retrocesso e a Importância da Punição

Gleisi Hoffmann reforça que a imagem positiva do Brasil no exterior está diretamente ligada à sua firmeza institucional. Para ela, qualquer tentativa de relativizar ou perdoar crimes contra o Estado democrático de direito compromete não apenas a memória nacional, mas também o papel de referência global no combate ao autoritarismo.

A ministra criticou especificamente o chamado “PL da Dosimetria”, que, em sua visão, configura uma “anistia disfarçada para os golpistas”. Ela enfatiza a necessidade de manter a punição para garantir que os ataques à democracia não fiquem impunes, reforçando a mensagem de “Sem anistia e sem perdão para os crimes contra a democracia”.

Debate Legislativo e Alertas de Especialistas

A discussão em torno do PL da Dosimetria tem gerado debates no Senado. Parlamentares como Alessandro Vieira e Otto Alencar já expressaram posições contrárias à aprovação do projeto em comissões importantes, como a CCJ (Comissão de Constituição e Justiça), sinalizando que a iniciativa enfrenta resistência.

A posição de Gleisi Hoffmann e a análise de Jason Stanley convergem ao apontar a necessidade de o Brasil manter sua postura de defesa intransigente da democracia. A responsabilização dos envolvidos em atos antidemocráticos é vista como fundamental para consolidar essa liderança e evitar retrocessos institucionais no país e no mundo.

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