O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que está vivendo nos Estados Unidos, voltou a lançar ameaças contra autoridades brasileiras. No sábado (30), ele atacou policiais penais do Distrito Federal que passaram a atuar na vigilância da área externa da casa de Jair Bolsonaro (PL), em Brasília.
A medida foi determinada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), relator da ação penal que julga o ex-presidente por tentativa de golpe entre 2022 e 2023.
Pelas redes sociais, Eduardo criticou a decisão e publicou uma mensagem em tom intimidador. “A liberdade não se perde toda de uma só vez, é aos poucos, igual se corta salame, fatia por fatia (Hayek). Espero que os policiais que violarem a casa de meu pai, tida na constituição como asilo inviolável, saibam do abuso que estão cometendo, cumprindo ordem manifestamente ilegal”, escreveu.
O argumento apresentado pelo deputado não encontra respaldo jurídico. A inviolabilidade do domicílio é uma garantia prevista pela Constituição, mas pode ser quebrada por decisão judicial em casos específicos, como quando há risco de fuga ou necessidade de investigação. É a situação de Jair Bolsonaro, que responde por tentativa de ruptura institucional e está sob vigilância do STF.
A liberdade não se perde toda de uma só vez, é aos poucos, igual se corta salame, fatia por fatia (Hayek)
Espero que os policiais que violarem a casa de meu pai, tida na constituição como asilo inviolável,saibam do abuso que estão cometendo, cumprindo ordem manifestamente ilegal pic.twitter.com/y3FdplL3to
— Eduardo Bolsonaro🇧🇷 (@BolsonaroSP) August 30, 2025
O julgamento do ex-mandatário e de outros integrantes do núcleo central do golpe terá início na próxima terça-feira (2), na Primeira Turma do Supremo. A expectativa é que as sentenças sejam divulgadas até 12 de setembro. Bolsonaro pode ser condenado a mais de 40 anos de prisão, caso seja considerado culpado.
Eduardo Bolsonaro tem repetido ataques contra delegados, policiais e ministros do STF. Em ocasiões anteriores, já divulgou identidades de agentes da Polícia Federal e intimidou autoridades que investigam os crimes atribuídos a ele e ao pai. Mesmo fora do Brasil, mantém atuação constante nas redes sociais, buscando desacreditar decisões judiciais.
As declarações de Eduardo ocorrem no momento em que a Justiça endurece a vigilância contra Jair Bolsonaro e seus aliados, diante do risco de descumprimento das medidas cautelares. A presença de policiais penais na área externa da residência do ex-presidente é uma das formas encontradas para garantir que ele cumpra as restrições impostas pelo Supremo.
