POLÍTICA

‘Fome em Gaza é incompreensível’, diz patriarca de Jerusalém; soldados atiram contra famintos

O patriarca de Jerusalém, cardeal Pierbattista Pizzaballa, lamentou a situação humanitária de Gaza nesta quinta-feira (31/07) e afirmou que a fome generalizada no local é “incompreensível” levando em consideração que muitas pessoas estão dispostas a ajudar os palestinos. A inacessibilidade aos suprimentos básicos decorre ao bloqueio e aos soldados israelenses que usam os centros de distribuição como “armadilha” para atirar contra os palestinos, conforme revelou uma reportagem do jornal Haaretz nas últimas semanas. 

“Há muitas pessoas que em Gaza, em Israel, em toda a Terra Santa, estão prontas a dar suas vidas pelos outros, já que no enclave é perigoso sair às ruas. Enquanto em Israel, fazer algo em apoio a Gaza nem sempre é compreendido”, disse o religioso por meio de vídeo exibido no Jubileu da Juventude, na Praça São Pedro, no Vaticano.

Em sua fala, o Pizzaballa destacou as “incontáveis mortes” no enclave, mencionando a falta de medicamentos e de alimentos que agravam a situação humanitária. Além disso, reforçou que a fome “não uma teoria, mas uma realidade que atinge milhares e milhares de pessoas de maneiras inimagináveis”.

“Uma noite sem fim”, declarou o cardeal. “Precisamos deste olhar de fé que nos ajuda a redescobrir, a ver nesta noite interminável, os pontos de luz”.

Nesta quinta-feira, Washington afirmou que o enviado especial dos Estados Unidos para o Oriente Médio, Steve Witkoff, teve um “encontro muito produtivo” com o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu. No dia seguinte, o representante norte-americano e o embaixador dos EUA em Israel, Mike Huckabee, irão à Gaza para controlar a distribuição de ajuda humanitária, de acordo com a Casa Branca.

Palestinos que esperavam caminhão de ajuda humanitária da ONU são atacados por soldados israelenses
IRNA

Palestinos desesperados por comida são atacados

A Organização das Nações Unidas (ONU) publicou, na última quarta-feira (30/07), um vídeo que mostra as Forças de Defesa Israelenses (IDF, na sigla em inglês) atirando contra uma multidão de palestinos que estavam aguardando um caminhão de ajuda humanitária da ONU. 

“Enquanto o comboio se aproximava, a multidão faminta avançou para o caminhão, enquanto os tiros de advertência não pararam”, relatou o Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA).

De acordo com as Nações Unidas, pelo menos uma pessoa foi ferida e atendida com a ajuda de um dos seus agentes humanitários. 

Por vídeo, a porta-voz do OCHA, Olga Cherevko, relatou ter ido a Kerem Shalom para entregar alimentos. No entanto, relatou diversas “restrições” durante a missão. Dentre elas, a demora na liberação da passagem.

“Uma das restrições que enfrentamos foi uma espera de duas horas e meia em um dos pontos de segurança de Israel. Quando nossa passagem foi permitida, encontramos com milhares de pessoas famintas e desesperadas na estrada”, relatou.

A representante defendeu a expansão imediata dos corredores humanitários, além da autorização israelense para a entrega de um volume maior de comida para os palestinos.

(*) Com Ansa

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