
O FBI demitiu agentes que foram fotografados ajoelhando-se durante protestos contra o racismo em Washington, após a morte de George Floyd em 2020. Segundo fontes ouvidas pela agência Reuters, entre 15 e 22 funcionários foram desligados, embora o número oficial ainda não tenha sido confirmado. As demissões fazem parte de uma série de cortes promovidos pelo diretor da instituição, Kash Patel, aliado do presidente Donald Trump.
As imagens que circularam à época mostravam agentes ajoelhados em meio às manifestações que tomaram os Estados Unidos depois do assassinato de Floyd por policiais de Minneapolis. O gesto, segundo relatos, não era um apoio explícito ao movimento Black Lives Matter, mas uma tentativa de reduzir tensões entre manifestantes e forças de segurança durante os atos.

A decisão de Patel gerou forte reação interna. A Associação dos Agentes do FBI confirmou a demissão de mais de uma dúzia de agentes, incluindo veteranos militares, e classificou a medida como ilegal. Em nota, a entidade pediu a abertura de uma investigação pelo Congresso e afirmou que o diretor desrespeitou os direitos constitucionais e legais dos funcionários.
O episódio ocorre em meio a uma onda de demissões no FBI. No mês passado, cinco agentes e executivos de alto escalão foram afastados, entre eles nomes ligados a investigações sobre o ataque ao Capitólio em 6 de janeiro de 2021 e sobre documentos sigilosos retidos por Trump em Mar-a-Lago. Segundo ex-funcionários, a política de desligamentos tem afetado o moral interno da instituição.
Entre os demitidos recentemente estão Steve Jensen, que supervisionou parte da investigação sobre o ataque ao Congresso, e Brian Driscoll, ex-diretor interino que resistiu a pressões para identificar agentes que investigaram Trump. Outro ex-dirigente, Walter Giardina, atuou em apurações de grande repercussão, como a que envolveu o ex-assessor Peter Navarro.
Patel negou no Congresso ter recebido ordens diretas da Casa Branca sobre quem deveria ser afastado. Ele afirmou que todos os desligamentos seguiram critérios internos e que os funcionários não atenderam aos padrões exigidos pelo FBI. Ainda assim, demitidos acionaram a Justiça alegando perseguição política e violação de direitos legais.