POLÍTICA

Ex-padre rompe celibato, casa e assume relação em trisal

Emerson Rogério de Souza, de 51 anos, trocou o celibato pelo poliamor e hoje vive um trisal em Araçatuba (SP). Foto: Estevão Mamédio/g1

O ex-padre Emerson Rogério de Souza, de 51 anos, trocou o celibato pelo poliamor e hoje vive em um trisal em Araçatuba (SP). Casado há 26 anos com Daniela, ele divide há dois anos a vida também com Camila. O trio participou do 1º Encontro de Trisais do Brasil, realizado em Pinhalzinho (SP), em busca de reconhecimento jurídico para famílias poliafetivas.

Emerson defende que a espécie humana não é monogâmica por essência e afirma que “Cristo nunca proibiu nada, desde que se ame o próximo”, disse, em entrevista ao g1. Segundo ele, a convivência com confissões durante o período como sacerdote reforçou sua percepção de que a maioria das crises relacionais nasce da infidelidade.

A trajetória de Emerson começou em Campo Grande (MS), quando ingressou como Irmão do Sagrado Coração de Jesus. Ainda jovem, conheceu Daniela em um retiro religioso em Araçatuba. O reencontro anos depois os aproximou, e o romance ganhou força após um acidente sofrido por ela. O relacionamento resultou no afastamento dele da Igreja e no início de uma nova vida conjugal.

Segundo o casal, a abertura para o poliamor ocorreu após 13 anos de casamento, quando Daniela reconheceu sua bissexualidade. A partir daí, o diálogo levou à formação de um trisal com Camila, em uma relação horizontal, em que todos se envolvem igualmente. Para Emerson, a configuração fortalece o vínculo por meio do diálogo: “Quando dois têm um atrito, o terceiro ajuda a mediar”.

O ex-padre Emerson: com Daniela e Camila ele participou do 1º Encontro de Trisais do Brasil — Foto: Estevão Mamédio/g1

O ex-padre ressalta que sua fé continua, mesmo após deixar a instituição religiosa. Ele diz acreditar que a Igreja um dia poderá rever o dogma do celibato. “Sempre questionei por que a Igreja proíbe o casamento. Espero que no futuro esse dogma seja rompido”, declarou.

Hoje, Emerson afirma que sua experiência de vida o permite aconselhar tanto casais monogâmicos quanto não monogâmicos. Para ele, é mais honesto reconhecer a pluralidade dos relacionamentos do que seguir a tradição de proibições que marcaram a prática da Igreja Católica.

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