
O ex-ministro da Economia de Cuba, Alejandro Gil, foi condenado em primeira instância à prisão perpétua por espionagem e crimes econômicos. A decisão foi anunciada nesta segunda-feira (8) pelo Supremo Tribunal Popular. Gil, de 61 anos, pode recorrer da sentença no prazo de dez dias, conforme prevê a legislação cubana.
Segundo o tribunal, “Alejandro Miguel Gil Fernández, por meio de atos corruptos e fraudulentos, abusou dos poderes conferidos pelas responsabilidades que assumiu para obter benefícios pessoais, recebendo dinheiro de empresas estrangeiras e subornando outros funcionários públicos para legalizar a aquisição de bens”.
Assim como na ocasião do indiciamento, ocorrido no início de novembro, o Supremo Tribunal não informou para qual país ou entidade teriam sido destinados os atos de espionagem atribuídos ao ex-ministro. Também não foram detalhados os crimes econômicos mencionados na decisão.

Durante o julgamento principal, Gil foi considerado culpado de “suborno, roubo e dano a documentos ou outros objetos sob custódia oficial, violação de selos oficiais e descumprimento das normas de proteção de documentos confidenciais”, sendo este último classificado como crime de natureza contínua, de acordo com o tribunal.
Além da prisão perpétua, o ex-ministro também foi condenado em um segundo processo a 20 anos de prisão. Nesse julgamento, ele foi responsabilizado por suborno, tráfico de influência e sonegação fiscal, segundo a decisão divulgada pela Corte.
Alejandro Gil era considerado próximo ao presidente Miguel Díaz-Canel. Ambos os julgamentos ocorreram em um tribunal localizado na zona oeste de Havana e tramitaram sob sigilo. No caso da pena máxima, a legislação de Cuba determina a abertura automática de um processo de recurso, com novo julgamento obrigatório.



