POLÍTICA

PGR solicita ao STF nova investigação sobre interferência de Bolsonaro na PF

O ex-presidente Jair Bolsonaro fala durante reunião ministerial em Brasília; ao fundo, o então ministro da Justiça, Sergio Moro. Foto: Marcos Corrêa/PR

A Procuradoria-Geral da República (PGR) solicitou nesta quarta-feira (15) ao Supremo Tribunal Federal (STF) a reabertura do inquérito que investiga a suposta interferência do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) na Polícia Federal durante seu governo. O caso havia sido arquivado pelo ex-procurador-geral Augusto Aras após a corporação afirmar que não encontrou indícios de crime.

A investigação teve origem nas declarações de Sergio Moro, então ministro da Justiça e hoje senador (União-PR), que em abril de 2020 acusou Bolsonaro de tentar influenciar politicamente a PF. Segundo Moro, o ex-presidente queria acesso a informações de inquéritos envolvendo familiares e pressionou pela troca do então diretor-geral da corporação, Mauricio Valeixo.

De acordo com o novo pedido, o procurador-geral Paulo Gonet considera necessário “verificar com maior amplitude” se houve interferências ou tentativas de interferência, inclusive mediante o uso da estrutura do Estado e a obtenção de dados sigilosos. O documento também menciona possíveis conexões com investigações sobre organizações que teriam atacado autoridades e instituições públicas.

Paulo Gonet e Alexandre de Moraes. Foto: Antonio Augusto/TSE

O relator do caso, ministro Alexandre de Moraes, já havia questionado em maio de 2024 se o novo chefe da PGR manteria o arquivamento. Agora, com o posicionamento de Gonet, o Supremo deve decidir se o inquérito será oficialmente reaberto.

O pedido da PGR cita a necessidade de analisar a atuação de grupos que teriam usado estruturas da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) e do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) em ações ilegais, incluindo disseminação de informações falsas e invasão de dados sigilosos.

A denúncia de Moro motivou uma das maiores crises do governo Bolsonaro em 2020. Após deixar o cargo, ele afirmou que o então presidente demitiu Valeixo para interferir em investigações. Bolsonaro negou as acusações e disse que buscava apenas garantir a segurança de sua família.

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