POLÍTICA

EUA podem entrar em “shutdown” nesta semana, diz vice de Trump

O vice-presidente dos EUA, JD Vance. Foto: Divulgação

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, recebeu líderes democratas na Casa Branca nesta segunda-feira (29), mas a reunião terminou sem avanços para evitar a paralisação do governo federal, prevista para começar à meia-noite de terça-feira. O impasse sobre o orçamento pode afetar serviços que vão da Nasa aos parques nacionais. “Acho que estamos caminhando para uma paralisação”, declarou o vice-presidente JD Vance ao deixar o encontro. O “shutdown” pode ocorrer ainda nessa semana.

Segundo Vance, a responsabilidade é dos opositores. “Acho que estamos caminhando para uma paralisação porque os democratas não querem fazer a coisa certa”, disse o vice-presidente, em crítica direta ao posicionamento dos líderes do Partido Democrata.

Do outro lado, o líder da oposição no Senado, Chuck Schumer, reforçou que “os dois lados têm diferenças muito grandes” e defendeu que qualquer acordo inclua a prorrogação de benefícios de saúde que estão prestes a expirar.

As consequências de um shutdown podem ser severas. Milhares de servidores federais podem ser dispensados temporariamente, o funcionamento dos tribunais federais pode ser reduzido, e programas de apoio a pequenas empresas podem ter repasses suspensos.

Além disso, diversas agências já preparam planos de contingência, mas a maioria ainda não apresentou medidas concretas de operação. Esse tipo de impasse orçamentário não é novidade para os EUA.

Nos últimos 15 anos, episódios semelhantes se tornaram frequentes, embora, em geral, solucionados de última hora. O histórico inclui 14 paralisações parciais desde 1981. A mais longa ocorreu entre 2018 e 2019, também sob Trump, e durou 35 dias por divergências sobre o financiamento da política migratória.

A incerteza atual, porém, é ampliada pela postura do presidente, que tem se recusado a liberar recursos aprovados pelo Congresso. Trump ameaça estender as demissões de servidores caso o Legislativo não atenda às condições impostas pela Casa Branca. Essa posição injetou mais tensão nas negociações, aumentando o risco de uma paralisação prolongada.

Em disputa estão US$ 1,7 trilhão em gastos “discricionários”, que correspondem a cerca de 25% do orçamento total do governo, estimado em US$ 7 trilhões. Esse montante cobre a maior parte das operações cotidianas das agências federais.

Na tentativa de ganhar tempo, os democratas apresentaram uma proposta de extensão do orçamento atual por até dez dias, mas os republicanos rejeitaram a ideia. O partido de Trump defende um prazo maior, até 21 de novembro, e levou o projeto para votação no Senado, marcada para esta terça-feira. O texto, porém, já foi rejeitado uma vez pela maioria.

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