POLÍTICA

EUA apoiam plano para Tony Blair chefiar autoridade transitória em Gaza

Tony Blair

A Casa Branca está apoiando um plano que prevê o ex-premiê britânico Tony Blair à frente de uma administração temporária da Faixa de Gaza, inicialmente sem envolvimento direto da Autoridade Palestina (AP), segundo veículos israelenses.

Blair lideraria a chamada Autoridade Internacional Transitória de Gaza (Gaza International Transitional Authority, ou Gita, em inglês), com mandato para ser a “suprema autoridade política e legal” por até cinco anos.

O plano se inspira em administrações que supervisionaram a transição à independência em Timor-Leste e Kosovo. Inicialmente, a Gita poderia se basear em el-Arish, no Egito, perto da fronteira sul de Gaza, entrando posteriormente no território acompanhada de uma força multinacional apoiada pela ONU, em grande parte árabe. A proposta prevê a “eventual unificação de todo o território palestino sob a AP”.

Blair chefiaria uma secretaria de até 25 pessoas e presidiria um conselho de sete membros para supervisionar a administração executiva do território.

O DCM antecipou esse movimento no último dia 23. 

Apesar da experiência de Blair como enviado para o Oriente Médio entre 2007 e 2015, sua participação é altamente controversa. Muitos palestinos se ressentem dele por ter dificultado esforços por um Estado palestino, e sua reputação na região também é afetada pelo apoio à invasão do Iraque em 2003.

O plano americano surge dias após a Assembleia Geral da ONU endossar uma administração tecnocrática de apenas um ano, que repassaria o poder à AP reformada após eleições. A ausência de um cronograma claro na proposta americana gera dúvidas sobre sua aceitação por líderes árabes e palestinos, mas é vista como um aceno à segurança de Israel.

A Gita teria conselheiros internacionais, representantes palestinos e supervisores de áreas como assuntos humanitários, reconstrução, legislação e segurança, além de garantir direitos de propriedade e supervisão das autoridades palestinas locais.

O presidente da AP, Mahmoud Abbas, afirmou que o Hamas não teria papel na governança pós-guerra de Gaza e reiterou que Gaza é parte integrante do Estado da Palestina. Já Donald Trump reforçou na Casa Branca que não permitirá anexação da Cisjordânia por Israel.

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