POLÍTICA

Entenda o que é a “Mão Morta”, arma nuclear russa que assustou Trump

O ex-presidente russo Dmitri Medvedev e o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Foto: Reprodução

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou na sexta-feira (1º) que ordenou a movimentação de submarinos nucleares em resposta às ameaças feitas pela Rússia, envolvendo o sistema nuclear conhecido como “Mão Morta”. Com informações do G1.

A declaração de Trump eleva a tensão no confronto entre as duas potências, após uma série de trocas de acusações com Dmitri Medvedev, ex-presidente russo e atual vice do Conselho de Segurança da Rússia.

Trump, que nos últimos dias criticou Moscou pela ofensiva na Ucrânia, afirmou, na segunda-feira (28), estar decepcionado com a postura russa e deu um prazo de 10 dias para um cessar-fogo. Caso contrário, prometeu endurecer as sanções contra o governo de Vladimir Putin.

A resposta veio rapidamente. Medvedev acusou Trump de estar jogando “o jogo do ultimato” e disse que a postura americana representava “um passo em direção à guerra”.

Na quarta-feira (30), Trump voltou a atacar Medvedev, chamando-o de “fracassado” e dizendo que o ex-presidente russo deveria “tomar cuidado com suas palavras”. Poucas horas depois, Medvedev usou seu canal no Telegram para responder com uma ameaça direta: “Trump deveria se lembrar de como a lendária ‘Mão Morta’ pode ser perigosa”.

Diante disso, Trump confirmou, em entrevista à emissora Newsmax, que enviou dois submarinos nucleares para uma região próxima da Rússia. Segundo ele, a operação tem relação direta com a ameaça de Medvedev.

“Ele não deveria ter dito isso. Ele tem uma boca solta. Já disse outras coisas antes também. Então, queremos sempre estar preparados”, afirmou o presidente americano. “Enviei dois submarinos nucleares para a região. Só quero ter certeza de que as palavras dele são apenas palavras, nada além disso.”

O que é a “Mão Morta”?

A “Mão Morta” é um sistema soviético de mísseis nucleares projetado para garantir uma resposta automática em caso de ataque ao país, mesmo que os líderes russos estejam mortos.

O sistema, conhecido oficialmente como “Perimetr”, começou a ser desenvolvido nos anos 1970, durante a Guerra Fria, como uma forma de garantir a retaliação caso os Estados Unidos realizassem um ataque nuclear que eliminasse a cúpula do Kremlin.

Lançamento de míssil deixa rastro de fogo. Foto: Reprodução

Segundo o Centro para Análises Navais (CNA), o sistema foi ativado em 1986 e é capaz de lançar mísseis nucleares automaticamente se não houver resposta humana. A existência da “Mão Morta” foi revelada em 1993 pelo jornal The New York Times, que descreveu o sistema como uma verdadeira “máquina do juízo final”.

“Se o sistema realmente existir — e alguns analistas de inteligência dos EUA dizem que é improvável, mas possível — isso marcaria a primeira vez na era nuclear em que uma máquina foi programada para apertar o botão [de disparo]”, relatou o NYT.

O funcionamento do sistema envolve sensores instalados em centros estratégicos de comando da Rússia. Se um ataque nuclear for detectado, a “Mão Morta” envia automaticamente sinais para a cúpula militar. Caso o presidente russo ou o comando não responda, o sistema consulta a maleta nuclear (Cheget).

Na ausência de qualquer resposta humana, o Perimetr autoriza o disparo de mísseis nucleares. Os mísseis então sobrevoam o território russo, enviando comandos para outros lançadores subterrâneos espalhados pelo país, que são acionados em sequência para atacar o inimigo.

O sistema pode ser ativado manualmente ou automaticamente, daí o apelido “Mão Morta”, já que mesmo sem sobreviventes no comando, ele ainda seria capaz de executar um contra-ataque devastador.

Informações divulgadas por agências de inteligência dos Estados Unidos em 2017 indicam que o sistema segue ativo e teria sido modernizado nos últimos anos.

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