POLÍTICA

Enrolada na Lava Jato, Transparência Internacional ataca Moraes e sai em defesa de Bolsonaro

Deltan Dallagnol e outros membros da Lava Jato durante evento da Transparência Internacional, em 2016. Foto: Reprodução

A Transparência Internacional — organização acusada de envolvimento irregular nos bastidores da Operação Lava Jato — divulgou nota nesta terça-feira (5) em que critica a decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que determinou a prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

Segundo a entidade, a medida tem “fundamentos jurídicos frágeis” e pode ser uma tentativa de silenciar o ex-presidente, o que, segundo ela, seria “incompatível com o Estado de Direito”. A nota alega que a ordem de prisão partiu de uma “suposta violação de proibição genérica de comunicação” e defende que Bolsonaro seja julgado com pleno respeito às garantias constitucionais.

Ao mesmo tempo em que reconhece que o STF resistiu aos ataques bolsonaristas às instituições, a Transparência critica o que chama de “extrapolação de competências” da Corte e pede “autocontenção institucional” e compromisso com a “normalidade democrática”.

ONG investigada

Um documento da Procuradoria-Geral da República (PGR), que veio à tona no início de 2024, aponta indícios de que a ONG atuou diretamente na negociação de acordos bilionários firmados durante a Lava Jato.

Segundo a PGR, a Transparência Internacional sugeriu cláusulas nos acordos de leniência celebrados com a Petrobras e com a J&F. Esses acordos previam a destinação de valores que somavam bilhões de reais a projetos supostamente voltados ao combate à corrupção, sob controle do próprio Ministério Público.

Com base na denúncia, Toffoli determinou a abertura de investigação contra a ONG e suspendeu a multa imposta à J&F, cujo acordo de leniência, firmado em 2017, previa o pagamento de R$ 10,3 bilhões — depois reduzido para R$ 3,5 bilhões.

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