POLÍTICA

Olha o véio de novo aí, gente. Por Moisés Mendes

Luciano Hang, conhecido como “Véio da Havan”. Foto: reprodução

O autoproclamado véio da Havan não sai das manchetes. Por que não sai? Porque está impune até hoje, apesar de investigado em várias frentes. Uma dessas frentes está envolta agora em aparente falsa controvérsia.

A confusão foi criada por Eduardo Tagliaferro, ex-assessor de Alexandre de Moraes no Tribunal Superior Eleitoral, em depoimento à Comissão de Segurança Pública do Senado Federal na terça-feira.

Tagliaferro, levado pelo bolsonarismo, disse aos senadores que um relatório, que ele mesmo produziu no TSE, sobre um grupo de empresários suspeitos de articulação golpista, foi forjado. Aconteceu em agosto de 2022, dentro do inquérito das fake news.

Eram oito tios de um grupo de zap, que pregavam o golpe e foram alcançados por Moraes. Estavam no grupo, além de Luciano Hang, esses empresários, um timaço da velha direita e da nova extrema direita:

Meyer Nigri (fundador da empresa do setor imobiliário Tecnisa), Afrânio Barreira Filho (dono da rede de restaurantes Coco Bambu), José Isaac Peres (dono da rede de shoppings Multiplan), José Koury Junior (do shopping Barra World, no Rio de Janeiro), Ivan Wrobel (da construtora W3 Engenharia), Marco Aurélio Raymundo (dono da Mormaii) e Luiz André Tissot (do grupo Sierra, empresa gaúcha especializada em imóveis de luxo).

Todos sofreram buscas e apreensões, naquele agosto de 2022, a partir de denúncia do jornal Metrópoles, que teve acesso às mensagens trocadas pelos tios zapeadores amigos do véio.

Um ano depois, Moraes determinou que seis deles poderiam voltar a dormir tranquilos, porque estavam fora de inquérito, por falta de provas.

Luciano Hang e Jair Bolsonaro. Foto: reprodução

Ficaram na investigação o véio e Nigri. E ninguém mais da imprensa noticiou mais nada sobre esse caso, porque ninguém toca no intocável véio da Havan.

O que surgiu de novidade foi que o véio, que teve dois celulares apreendidos, nesse caso e em caso anterior, da origem do inquérito das fake news, não forneceu as senhas, o que era previsível, e a Polícia Federal não conseguiu abrir os aparelhos.

Não se sabe até hoje o que há contra o véio e Nigri, além das mensagens que chegaram a Moraes. O inquérito completou três anos agora, em agosto.

O que temos então é que, também nesse caso, o véio está livre e solto e conta agora, se é que pode contar, com essa versão do ex-assessor de Moraes de que pode ter sido prejudicado com a produção de um relatório fraudado (com data alterada).

Moraes já soltou uma nota informando que o andamento do caso sempre foi normal. O problema é que esse e outros casos não têm desfecho, e o véio anda por aí, realizando até banquete, no que seria um casarão assombrado de Brusque, com desembargadores de Santa Catarina.

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