
Com Jair Bolsonaro (PL) em prisão domiciliar, o deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) planeja uma nova viagem a Washington na próxima semana, com o objetivo de discutir sanções contra autoridades brasileiras, conforme informações do colunista Igor Gadelha, do Metrópoles.
Segundo o golpista Paulo Figueiredo, que acompanhará o “bananinha”, a viagem já estava agendada antes da ordem de prisão do ex-presidente, determinada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), nesta segunda-feira (4).
“Na semana que vem, Eduardo e eu voltaremos a Washington. Vamos reportar como estão as conversas políticas, de bastidores. Como os bancos estão lidando com as sanções, o próprio Judiciário, etc.”, afirmou.
A expectativa no grupo bolsonarista é que a prisão de Bolsonaro gere reações. Ainda assim, Figueiredo pondera que novas medidas exigem tempo: “Obviamente vai ter reação. Mas sanção não é assim. Exige documentação”, disse.
Na última quarta-feira (30), o governo de Donald Trump já havia anunciado a aplicação da Lei Magnitsky contra Alexandre de Moraes. A legislação prevê sanções a indivíduos acusados de corrupção ou violações de direitos humanos e pode dificultar operações financeiras do ministro dentro e fora do Brasil.
No mesmo dia em que anunciou a sanção a Moraes, Trump também publicou a nova ordem executiva com tarifas sobre produtos brasileiros, deixando de fora itens como suco de laranja, celulose e aeronaves civis.
Prisão domiciliar
Bolsonaro já cumpria medidas como o uso de tornozeleira eletrônica, recolhimento domiciliar noturno, proibição de contato com Eduardo Bolsonaro, com diplomatas e com o uso de redes sociais, direta ou indiretamente.
Agora, com a nova ordem, o ex-presidente está em prisão domiciliar integral e impedido de utilizar celular ou receber visitas sem autorização prévia da Justiça.

Além disso, o STF deve determinar que Jair Bolsonaro cumpra pena em regime fechado caso seja condenado no processo que investiga a tentativa de golpe de Estado. A Corte descarta, neste momento, conceder prisão domiciliar ao ex-capitão após eventual condenação.
Antes, ministros chegaram a cogitar uma prisão em casa como forma de evitar agitação política, mas essa possibilidade perdeu força após o agravamento da crise com os Estados Unidos — incluindo o tarifaço imposto por Donald Trump — e o envolvimento direto de Eduardo Bolsonaro na defesa das sanções americanas.