
A Federação Italiana de Editores de Jornais (FIEG, por sua sigla em inglês) apresentou uma queixa formal à Autoridade de Comunicações do país contra o Google AI Overviews, inteligência artificial da empresa que gera resumos antes dos resultados de buscas.
Os veículos de comunicação argumentam que o mecanismo é um “matador de tráfego” e que a IA ameaça a sobrevivência dos sites limitando o número de cliques das notícias divulgadas no Google. A reclamação dos editores também abrange o Modo IA da empresa, que obtém informações de diversas fontes e as apresenta como um chatbot.
Para a federação dos editores, os recursos utilizados pela IA violam os fundamentos digitais, de lei de serviço gerando efeitos que podem ser considerados “prejudiciais aos usuários, consumidores e empresas italianas”. “Isso tem consequências sérias para a sustentabilidade econômica e a diversidade da mídia, com todos os riscos associados à falta de transparência e à proliferação de desinformação no debate democrático”, afirmou.
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Além disso, a federação ainda disse que os veículos de comunicação não disputam apenas suas visualizações com outros concorrente, mas também “reduzem sua visibilidade e capacidade de descoberta e, portanto, suas receitas de publicidade”.
Esse mecanismo do Google foi liberado no país em março deste ano. Em setembro, a Itália foi a primeira da União Europeia a aprovar uma lei que regulamenta o uso de inteligência artificial, “incluindo a limitação do acesso de crianças e a imposição de penas de prisão para aqueles que usam a tecnologia para causar danos, como a geração de deepfakes”, segundo o jornal britânico Guardian.
Porém, agora, os editores da Itália não foram os únicos a protestarem contra a IA do Google. Instituições do Reino Unido, Alemanha e Estados Unidos argumentam que a inteligência estaria utilizando seus conteúdos de forma injusta, que a IA compete com os conteúdos jornalísticos e impede maior alcance com os leitores.
O Google afirmou que prioriza o alcance das pesquisas publicadas e a relação com seus usuários todos os dias, facilitando o envio de tráfego na web. No entanto, um estudo de julho apontou que a ferramenta gerou até 80% menos cliques em relação o período anterior do lançamento. A pesquisa da empresa de análise Authoritas, sediada no Reino Unido, foi apresenta a partir de uma queixa sobe o impacto do Google AI Overviews.
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