POLÍTICA

Deu ruim: Eduardo recua e pede aos EUA “pausa” em sanções

O deputado federal Eduardo Bolsonaro. Foto: Divulgação

Após a decretação da prisão domiciliar de Jair Bolsonaro pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), o deputado federal Eduardo Bolsonaro intensificou articulações no exterior na tentativa de conter os danos políticos e econômicos decorrentes da decisão. Ao lado de Paulo Figueiredo, ele tem buscado reverter as sanções impostas pelos Estados Unidos em um esforço para preservar o que ainda resta da reputação do clã Bolsonaro.

Segundo apuração da CNN, os emissários bolsonaristas pediram uma espécie de “pausa estratégica” à Casa Branca. A ideia seria manter um canal de interlocução com parte do Supremo e construir uma convivência menos hostil, concentrando os ataques exclusivamente contra Moraes.

Internamente, aliados de Bolsonaro apostavam que as sanções do governo Trump contra o ministro, com base na Lei Magnitsky, provocariam um isolamento dele dentro do próprio STF, facilitando a votação da anistia aos envolvidos nos atos golpistas de 8 de janeiro.

Essa estratégia, porém, sofreu um revés com a prisão domiciliar decretada nesta segunda (4). De acordo com aliados próximos de Eduardo Bolsonaro e Figueiredo, a medida endureceu o clima entre o bolsonarismo e o Judiciário.

Agora, a expectativa é que outras autoridades brasileiras passem a ser alvo de sanções internacionais, entre elas os ministros Gilmar Mendes e Luís Roberto Barroso, além do procurador-geral da República, Paulo Gonet. A inclusão desses nomes na lista da Magnitsky seria um próximo passo para aumentar a pressão institucional.

Alexandre de Moraes já foi alvo de sanções previstas na Lei Magnitsky. Foto: Divulgação

As tratativas para tentar conter o avanço das sanções já vinham ocorrendo nos bastidores. Na semana passada, líderes do PL participaram de um café da manhã com Gilmar Mendes, buscando entender os limites do STF diante da ofensiva bolsonarista no exterior.

No entanto, a conversa terminou sem avanços. Segundo relatos, o ministro teria reiterado que o Supremo não aceitará, por exemplo, transferir os processos do 8 de janeiro para a primeira instância, como desejam os aliados do ex-presidente.

A resposta do STF à atuação de Eduardo nos Estados Unidos foi dada por Moraes na abertura do segundo semestre do Judiciário. Em um discurso duro, o ministro classificou a iniciativa como uma tentativa “covarde e traiçoeira” de submeter o funcionamento do Supremo ao crivo de uma autoridade estrangeira.

Ele afirmou ainda que a Corte, a PGR e a Polícia Federal “não se vergarão a essas ameaças”, deixando claro que as instituições seguirão firmes no enfrentamento dos ataques bolsonaristas.

A decisão de Moraes de convertê-las em prisão domiciliar integral ocorreu após o ex-presidente descumprir as ordens judiciais. No último fim de semana, Bolsonaro participou por videochamada de atos bolsonaristas em São Paulo e no Rio de Janeiro, conversando com o senador Flávio Bolsonaro e o deputado Nikolas Ferreira durante os protestos, o que foi considerado uma violação grave das restrições impostas.

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