
O Centrão articula nos bastidores para antecipar a candidatura de Tarcísio de Freitas (Republicanos) à Presidência em 2026 e pressiona Jair Bolsonaro (PL) a enquadrar o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), conforme informações do blog da Andréia Sadi, do G1.
Líderes do grupo afirmam que não acreditam na versão de que o governador de São Paulo desistiu de disputar o Planalto e veem os últimos movimentos como recado direto ao ex-presidente.
Na avaliação de caciques do Centrão, o maior problema para a viabilidade da candidatura de Tarcísio não é Jair Bolsonaro, mas sim Eduardo Bolsonaro e a ala radical do bolsonarismo. “O Bolsonaro que é problema para Tarcísio não é Jair, é Eduardo”, disse um dirigente do bloco.
Tarcísio tem sido alvo constante desse grupo, que exige dele sinais mais radicais — algo que o governador não pretende adotar. Por isso, o recado do Centrão é claro: Bolsonaro precisa enquadrar o filho e controlar os radicais para garantir unidade em torno do nome do governador paulista.

Pressa no anúncio da candidatura
Outro ponto de pressão é o cronograma da sucessão. O Centrão quer que a candidatura de Tarcísio seja oficializada já, e não apenas no tempo definido por Bolsonaro.
O grupo lembra 2018 como exemplo negativo: Lula esticou sua candidatura até o limite, inviabilizou sua própria participação e deixou pouco espaço para Fernando Haddad (PT) construir a dele. O objetivo é evitar repetir o erro e dar a Tarcísio tempo para consolidar seu nome.
Enquanto isso, Tarcísio enfrenta desconfiança da ala mais dura do bolsonarismo. Embora defenda publicamente uma anistia “ampla, geral e irrestrita”, radicais acreditam que, nos bastidores, ele trabalha por uma “anistia light”, com redução de penas.
Para esse grupo, o governador ainda precisa dar provas de lealdade. Já aliados de Tarcísio dizem que ele considera ter ido longe o suficiente, citando sua presença e o discurso contra o STF no ato da Avenida Paulista como exemplos claros de fidelidade. Agora, avaliam, o governador busca preservar seu espaço político e projetar seu futuro eleitoral.