POLÍTICA

Câncer de pele: entenda como é a doença de Bolsonaro

Bolsonaro internado no DF Star. Foto: reprodução

O carcinoma de células escamosas, segundo tipo mais comum de câncer de pele, costuma se desenvolver em áreas expostas ao sol e apresenta altas taxas de cura, superando os 99% quando diagnosticado precocemente. Foi esse o quadro identificado no ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), segundo laudo médico confirmado nesta quarta-feira (17).

Apesar disso, nas redes sociais seus seguidores passaram a difundir teorias que associam o diagnóstico a perseguição política, à facada sofrida em 2018 ou mesmo à condenação pelo Supremo Tribunal Federal (STF). No entanto, essas ligações não têm qualquer base científica.

O responsável pelo acompanhamento de Bolsonaro, o médico Claudio Birolini, informou que duas das oito lesões removidas no último domingo (14) deram resultado positivo para carcinoma de células escamosas “in situ”, quando a doença está restrita ao local de origem e ainda não se espalhou.

“Duas das lesões vieram positivas para o carcinoma de células escamosas, que não é nem o mais bonzinho e nem o mais agressivo, mas, ainda assim, é um câncer de pele”, explicou. Ele destacou que as lesões, localizadas no tórax e em um dos braços, são precoces e exigem apenas acompanhamento periódico.

O ex-presidente foi internado na tarde de terça-feira (16), depois de apresentar soluços, vômito e queda de pressão arterial. Passou a noite em observação no Hospital DF Star, em Brasília. Já no fim de semana, havia sido submetido a exames após a remoção das lesões, quando também recebeu diagnóstico de anemia e sinais de uma pneumonia recente.

Mesmo diante das informações médicas, o deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) publicou no X: “Bolsonaro está com câncer de pele. A facada, a prisão e a perseguição tem um objetivo muito claro”. A mensagem reforçou a narrativa de perseguição política, embora especialistas ressaltem que não existe correlação entre os episódios.

O carcinoma de células escamosas é causado, na maioria dos casos, por exposição solar ao longo da vida e não por fatores políticos ou judiciais.

O tipo de câncer identificado em Bolsonaro é comum e, quando tratado rapidamente, apresenta índice de cura próximo a 100%. O tratamento pode incluir cirurgias, crioterapia, laser ou medicamentos tópicos, a depender da avaliação médica. Os sintomas geralmente começam com manchas vermelhas e descamativas que não cicatrizam, podendo evoluir para tumores endurecidos ou feridas abertas em estágios mais avançados.

O caso de Bolsonaro foi classificado como precoce, o que significa que a chance de complicações é baixa. Ainda assim, ele segue sob acompanhamento por conta de outras condições já diagnosticadas, como anemia, refluxo e problemas decorrentes de antigas cirurgias no sistema digestivo.

Segundo o médico Claudio Birolini, o ex-presidente tem se alimentado mal, o que também contribui para o agravamento de seu estado de saúde.

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