POLÍTICA

“Burra traidora”: Milei ataca vice em evento da extrema-direita

Javier Milei e Victoria Villarruel, vice-presidente da Argentina. Foto: reprodução

Em um evento que evidenciou fissuras dentro da extrema-direita argentina, o presidente Javier Milei criticou sua vice-presidente, Victoria Villarruel, durante discurso no Direita Fest, em Córdoba. Ele entrou no palco ao som de “Panic Show” e chamou Villarruel de “burra traidora”, expressão usada ao se referir a uma votação no Congresso sobre aumento de gastos públicos.

O encontro, batizado por seus organizadores como “o mais antiesquerdista do mundo”, reuniu apoiadores e aliados do governo com ingressos pagos. Milei afirmou que os populistas ignoram os princípios da economia ao desconsiderar a escassez de recursos e associou sua vice à aprovação de um pacote de gastos estimado em US$ 17 bilhões, criticando a tentativa de financiamento com US$ 30 milhões.

Ainda durante o discurso, o presidente atacou opositores da esquerda e citou o governador de Buenos Aires, Axel Kicillof, chamando-o de parasita. Ele também convocou seus apoiadores a darem uma grande votação ao partido A Liberdade Avança nas eleições parlamentares de setembro e nacionais de outubro.

Axel Kicillof. Foto: Reprodução

A imprensa não teve acesso ao evento. Segundo relatos, uma repórter do Página/12, que comprou ingresso para fazer a cobertura, foi retirada do salão principal após ser reconhecida e levada a um terreno ao lado do hotel, sendo proibida de retornar. A Casa Rosada não divulgou o discurso do presidente.

O presidente reservou elogios a sua irmã e secretária da Presidência, Karina Milei, destacando sua atuação política. A fala ocorre em meio ao rompimento entre Milei e Villarruel, que preside o Senado e foi criticada por não ter interrompido a sessão que aprovou o reajuste das aposentadorias.

Milei também foi alvo de críticas internas por privilegiar, nas listas de candidatos à Câmara pela província de Buenos Aires, nomes ligados ao governo e à sua irmã, como diretores da Anses e do Pami, além de funcionários ministeriais. A decisão causou atritos com parte da militância, que ficou de fora das indicações.

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