POLÍTICA

Bolsonaro deve ir para prisão em regime fechado depois de condenação no STF

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Foto: Reprodução

O Supremo Tribunal Federal (STF) deve determinar que Jair Bolsonaro (PL) cumpra pena em regime fechado caso seja condenado no processo que investiga a tentativa de golpe de Estado. A Corte descarta, neste momento, conceder prisão domiciliar ao ex-presidente após a eventual condenação, conforme informações da Folha de S.Paulo.

Na segunda-feira (4), o ministro Alexandre de Moraes determinou a prisão domiciliar do ex-capitão, após ele participar, por videochamada, de um ato que pedia o impeachment do magistrado. A tendência no STF, porém, é que, após o julgamento do caso, a prisão seja convertida em regime fechado.

Antes, ministros chegaram a cogitar uma prisão em casa como forma de evitar agitação política, mas essa possibilidade perdeu força após o agravamento da crise com os Estados Unidos — incluindo o tarifaço imposto por Donald Trump — e o envolvimento direto de Eduardo Bolsonaro (PL-SP) na defesa das sanções americanas.

Trump elogia indicação de Eduardo Bolsonaro para embaixada nos EUA e diz que 'não é nepotismo' - Jornal O Globo
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ao lado de Eduardo e Jair Bolsonaro. Foto: Reprodução

Bolsonaro responde por cinco crimes e pode ser condenado a penas que variam de 12 anos e 6 meses até 43 anos de prisão. Pela legislação brasileira, penas superiores a oito anos devem ser iniciadas obrigatoriamente em regime fechado. O regime semiaberto só é aplicável a condenações de até oito anos, e o aberto, a penas de até quatro anos.

Embora o Código Penal permita a conversão para prisão domiciliar em casos específicos — como idade avançada ou doenças graves —, os ministros não veem, neste momento, motivos para flexibilizar o cumprimento da pena. Bolsonaro, que tem 70 anos, alega problemas de saúde relacionados à facada que sofreu em 2018, mas leva uma vida considerada normal.

O cenário descrito por advogados da defesa de outros réus do caso golpista é claro: o STF deve aplicar penas rigorosas e conceder o mínimo de benefícios durante a execução da sentença.

Além disso, a prisão domiciliar de Bolsonaro não deve alterar o cronograma previsto por ministros do STF para o julgamento da ação que investiga a trama golpista, marcado para começar em setembro. O processo está atualmente na fase de alegações finais — a última antes de ser levado ao plenário da Primeira Turma da Corte, responsável por analisar o caso. Ministros avaliam que agravamento da crise após as determinações do presidente dos EUA não terá interferência no julgamento.

A meta do Supremo é concluir, até o fim do ano, ao menos a maior parte das análises dos cinco núcleos que envolvem os 33 denunciados pela Procuradoria-Geral da República (PGR). Isso porque o chamado “núcleo crucial” da trama está praticamente com a instrução encerrada, e os demais núcleos também avançaram e estão próximos da fase de alegações finais.

Primeira Turma do STF no segundo dia de julgamento da trama golpista
Primeira Turma do STF no segundo dia de julgamento da trama golpista. Foto: Antonio Augusto/STF

Artigos relacionados

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Botão Voltar ao topo