
O bar conhecido como Ministrão, localizado nos Jardins, bairro nobre de São Paulo, foi interditado na tarde desta terça-feira (30) pela Polícia Civil. O estabelecimento foi fechado em ação conjunta com as vigilâncias sanitárias municipal e estadual devido a indícios da venda de bebidas alcoólicas contaminadas com metanol. O Centro de Vigilância Sanitária do Estado de São Paulo já havia apreendido cem garrafas de bebidas destiladas do bar na segunda-feira (29).
O maestro João Carlos Martins, morador da região, estava no local durante o fechamento. Ele comentou sobre a situação: “Acho triste tudo isso, gosto de boas notícias”. O maestro afirmou que costuma reger pelo bairro, especialmente na época de fim de ano, embora não frequente o bar.
Segundo as autoridades, o local permanecerá interditado até a conclusão da análise das amostras coletadas. A defesa dos proprietários do estabelecimento alega que o fechamento ocorreu “por causa de apenas uma pessoa”.

Além do Ministrão, outros três estabelecimentos foram interditados pela Vigilância Sanitária: um na Mooca, um na Vila Mariana e um em São Bernardo do Campo. A Polícia Civil de São Paulo identificou quatro distribuidoras como suspeitas durante as investigações relacionadas à intoxicação por metanol no estado.
Dois suspeitos foram presos nesta terça-feira. O governo estadual anunciou a apreensão de 50 mil garrafas de bebida com suspeita de adulteração e 15 milhões de selos fraudados.
O governador Tarcísio de Freitas implementou um gabinete de crise para coordenar as ações e se irritou quando foi perguntado se os casos de contaminações poderia ter alguma relação com a facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC).
“É fundamental fazer esse fechamento cautelar de todos os estabelecimentos em que tivemos ocorrência para aprofundar a investigação. A preocupação é garantir a segurança do cidadão. O estabelecimento só vai ser liberado para voltar a funcionar se tivermos certeza que está seguro”, afirmou o governador.
Até o momento, o governo confirma sete casos de intoxicação por metanol, com suspeita de consumo de bebida adulterada, além de outros 15 casos em investigação e cinco mortes registradas.
A Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo emitiu alerta aos profissionais de saúde sobre o risco de intoxicação por metanol. A substância, altamente tóxica, pode causar cegueira permanente e óbito.
Os sintomas incluem sonolência, tontura, dor abdominal, náuseas, vômitos, confusão mental, taquicardia, visão turva, fotofobia, convulsões e acidose metabólica. Nos casos mais graves, pode ocorrer cegueira irreversível, choque, pancreatite, insuficiência renal e comprometimento neurológico.