
A popularidade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) voltou a crescer e superou a marca de 51% de aprovação, segundo pesquisa do instituto AtlasIntel em parceria com a Bloomberg, divulgada nesta sexta-feira (24). O levantamento mostra que 51,2% dos brasileiros aprovam o desempenho do presidente, enquanto 48,3% desaprovam. Outros 0,9% não souberam ou preferiram não responder.
Em relação ao levantamento de setembro, a aprovação de Lula cresceu 0,4 ponto percentual, e a desaprovação recuou 0,2 ponto como resultado de fatores elencados como “tempestade perfeita” pelo analista político Edward Magro. A pesquisa aponta que o petista mantém uma tendência de recuperação desde junho, atingindo o melhor índice de 2025 e registrando, pela terceira vez desde novembro do ano passado, aprovação superior à desaprovação.
De acordo com Magro, cinco fatores explicam a alta na popularidade do presidente: “os acertos do governo Lula, a troca na Secretaria de Comunicação para Sidônio Palmeira, o uso de inteligência artificial e linguagem mais acessível, a onda de valorização do Brasil soberano e os erros da direita”.

Magro destacou que a queda da inflação dos alimentos foi determinante para a melhora da percepção popular. “A baixa geral do preço dos alimentos mudou a percepção do governo, porque o cara vai no mercado e vê que o alimento tá mais baixo. Isso tem um impacto muito relevante no dia a dia das pessoas”, explicou.
Ele também apontou a saída do Brasil do mapa da fome como “um momento muito importante” e um reflexo direto das políticas públicas sociais acumuladas nos últimos meses.
Para o analista, a comunicação do governo também foi decisiva. “Lula conseguiu falar direto com o público, não só por meio do governo, mas também através das lideranças ligadas a ele”, afirmou. Segundo o especialista, a Secom adotou uma linguagem mais próxima das pessoas e ampliou o alcance das ações positivas do governo.
Além disso, o analista elencou os erros da direita e da extrema-direita que favoreceram a popularidade de Lula como a PEC da Blindagem, derrubada após a convocação do povo às ruas, e o tarifaço, abraçado por bolsonaristas como fosse idealizada pelo deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP).

Magro afirmou que o governo Lula soube “capitalizar” o tarifaço, mas destacou a irrelevância do herdeiro do ex-presidente Jair Bolsonaro para influenciar Donald Trump, presidente dos Estados Unidos. “Eu te garanto, ninguém nem sabe quem que é essa besta lá”, zombou.
A pesquisa mostra que Lula tem melhor desempenho entre mulheres, pessoas com mais de 45 anos e eleitores com ensino fundamental ou superior. A aprovação supera a desaprovação em todas as regiões, exceto no Centro-Oeste. O desempenho mais fraco é entre jovens e evangélicos, onde a rejeição chega a 72%.
As avaliações positivas sobre o governo (“ótimo” e “bom”) subiram de 46,2% em setembro para 48% em outubro, o melhor resultado do ano. As avaliações negativas (“ruim” e “péssimo”) caíram para 47,2%, enquanto o grupo que considera o governo “regular” recuou de 5,8% para 4,8%.
A pesquisa AtlasIntel ouviu 14.063 brasileiros adultos entre 15 e 19 de outubro de 2025, com recrutamento digital aleatório (Atlas RDR). A margem de erro é de um ponto percentual, para mais ou para menos.



