POLÍTICA

As estratégias do PT e do Planalto para enfrentar Flávio Bolsonaro em 2026

O presidente Lula. Foto: Ricardo Stuckert/PR

Aliados do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) avaliam que o lançamento de Flávio Bolsonaro (PL-RJ) como pré-candidato à presidência para 2026 pode ser uma oportunidade estratégica para avançar sobre os partidos do centrão. Com informações da Folha de S.Paulo.

Embora haja divisões sobre as intenções reais de Jair Bolsonaro ao indicar seu filho para a corrida presidencial, membros do governo federal enxergam nisso uma chance de seduzir partidos que hoje fazem parte da base governista, mas que haviam cogitado apoiar o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), para a disputa.

A avaliação do governo é de que a candidatura de Flávio Bolsonaro pode dividir a direita, oferecendo uma chance para a oposição avançar. Em 2022, o PSD já havia sido aproximado pelo governo, algo que pode se repetir, dependendo da evolução do cenário político.

A estratégia dos ministros de Lula envolve duas hipóteses: uma delas é que Bolsonaro quer apenas manter seu poder de negociação para 2026, usando Flávio como um veículo para se manter relevante; a outra é que a candidatura de Flávio visa garantir o capital político da família Bolsonaro, caso a disputa termine em derrota para o ex-presidente.

Parte dos aliados de Lula acredita que a candidatura de Flávio Bolsonaro em 2026 seria uma preparação para 2030, considerando que o adversário que se enfrentar Lula no segundo turno poderia se consolidar como líder da oposição nos anos seguintes. Essa perspectiva posiciona Flávio como um nome importante a longo prazo, independentemente do resultado imediato das eleições. Com essa visão, o governo de Lula se prepara para um enfrentamento mais longo, se necessário, e continua a monitorar o movimento político da direita.

O senador Flávio Bolsonaro

Apesar disso, o PT hesita em se organizar com foco em uma candidatura de Flávio Bolsonaro, pois a cúpula do partido ainda não tem certeza se ele realmente concorrerá. Os dirigentes petistas avaliam que o grupo bolsonarista está passando por mudanças e que o mais prudente seria aguardar até o segundo semestre de 2026 para definir estratégias com mais clareza. Essa cautela reflete a imprevisibilidade da política, especialmente com as constantes mudanças no cenário político brasileiro.

Em contrapartida, a presença de Flávio Bolsonaro no cenário eleitoral já favorece a campanha de Lula em várias regiões do país, incluindo o Nordeste, o Pará e o norte de Minas Gerais. O apoio a candidatos locais aliados de Lula, como os que concorrem a governadores, senadores e deputados, ganharia força nessas áreas com uma candidatura de Flávio, já que essas são regiões onde o ex-presidente Bolsonaro enfrentou dificuldades em 2022. A forte rejeição ao bolsonarismo nessas regiões pode ajudar o PT a fortalecer sua base eleitoral.

O lançamento de Flávio como candidato presidencial também vai mudar a estratégia de comunicação de Lula. Com a ênfase na comparação com o governo Bolsonaro, a campanha petista buscará ampliar ainda mais a rejeição ao clã, utilizando a figura de Flávio para galvanizar o apoio popular e conquistar mais alianças em 2026.

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