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Após violar cessar-fogo e matar 45 em Gaza, Israel retoma acordo

Após um domingo (19/10) de intensos ataques na Faixa de Gaza, o Exército de Israel anunciou, no fim do dia, a retomada do cessar-fogo. De acordo com a agência da Defesa Civil do enclave, as operações em larga escala liberadas pelo primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu resultaram na morte de pelo menos 45 pessoas em todo o território palestino.

“Em conformidade com a diretriz do escalão político, e após uma série de ataques significativos, as IDF [Forças de Defesa de Israel] começaram a retomar a implementação do cessar-fogo”, anunciaram os militares. Acrescentaram ainda que se tratou de uma ofensiva retaliatória, mesmo que o Hamas tenha negado vínculos aos ataques ocorridos mais cedo em Rafah, no sul de Gaza, e reiterado comprometimento com o tratado de trégua. 

De acordo com a emissora catari Al Jazeera, foi o dia mais sangrento em Gaza desde que o cessar-fogo costurado pelos Estados Unidos entrou em vigor, em 10 de outubro. Segundo o Ministério da Saúde do enclave, o número total de fatalidades em ataques israelenses subiu para 68.159, com 170.203 feridos, desde 7 de outubro de 2023.

Israel anuncia retomada do cessar-fogo na Faixa de Gaza após passar um dia matando palestinos no enclave
Tasnim

Ao longo deste domingo, os militares israelenses relataram terem atingido dezenas de alvos do Hamas em todo o enclave, incluindo um grande sistema de túneis. Detalharam também que entre os alvos atingidos por caças, drones e bombardeios de artilharia, estavam depósitos de armas, células de agentes que foram identificados em “tempo real” e supostas infraestruturas usadas pelo grupo. Segundo o jornal The Times of Israel, um ataque aéreo realizado por caças envolveu mais de 120 munições e atingiu um importante túnel do Hamas.

A operação militar foi autorizada pelo regime de Netanyahu. As autoridades governamentais de Israel acusaram o Hamas de ter violado o acordo de cessar-fogo após receberem denúncias das IDF de que militantes dispararam um míssil antitanque as tropas na área de Rafah. Entretanto, o grupo palestino negou vínculo ao incidente e sustentou que “gangues criminosas armadas e financiadas por Israel operam em Gaza”.

Nos últimos dias, a primeira fase do acordo de cessar-fogo já apresentava sinais de fragilidade. Enquanto o Hamas encontra dificuldades na recuperação dos corpos israelenses soterrados em meio à destruição provocada pelos bombardeios ao longo do genocídio no enclave, Tel Aviv rejeitou uma missão turca disposta a auxiliar o grupo a realizar as operações de busca. Em seguida, condicionou a reabertura da passagem humanitária de Rafah, localizada entre Egito e Gaza, à devolução integral de seus reféns.

Na sexta-feira (17/10), os militares israelenses dispararam contra um veículo no norte de Gaza, matando pelo menos nove pessoas, incluindo quatro crianças, de acordo com uma equipe de resgate no território palestino. As forças sionistas justificaram o ataque alegando que o veículo cruzou uma linha de demarcação para onde as tropas se retiraram sob os termos do cessar-fogo. 

O Exército de Israel tem alertado os civis palestinos, muitas vezes por redes sociais, para não cruzarem as linhas demarcadas ou se aproximarem de suas tropas nas áreas controladas por Tel Aviv. Contudo, muitos moradores de Gaza não têm acesso a serviços de internet e ficam confusos com os mapas pouco claros apresentados pelas forças de ocupação em meio a um território devastado.

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