
O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), afirmou nesta quinta-feira (7) que analisa imagens das câmeras internas para definir se haverá punição a parlamentares que resistiram em liberar a Mesa Diretora durante o motim bolsonarista da noite anterior. O episódio ocorreu quando Motta teve dificuldade para reassumir o comando do plenário.
Segundo relatos de colegas, os deputados Zé Trovão (PL-SC), Marcel van Hattem (Novo-RS) e Marcos Pollon (PL-MS) estão entre os possíveis alvos. Imagens mostram Van Hattem sentado na cadeira da presidência e Pollon ao lado, enquanto Trovão impedia a passagem de Motta. O presidente da Casa declarou que a decisão será conjunta com a Mesa Diretora.
Na quarta-feira (6), ao anunciar que retomaria o plenário, Motta advertiu que obstruir as atividades legislativas poderia resultar na suspensão cautelar do mandato por até seis meses. Ele destacou que não cabe à presidência usar força física para garantir a ordem, mas sim aplicar os mecanismos previstos no regimento interno.

Durante a sessão desta quinta-feira, PT, PSOL e PSB protocolaram pedido para suspender por seis meses cinco deputados ligados ao protesto: Trovão, Van Hattem, Pollon, Júlia Zanatta (PL-SC) e Paulo Bilynskyj (PL-SP). A representação acusa os parlamentares de tomarem e manterem a Mesa Diretora de forma coordenada.
A oposição bolsonarista argumenta que o ato foi para pressionar a votação da anistia aos investigados pelos ataques de 8 de janeiro de 2023. Zé Trovão disse que o grupo apenas queria evitar a retirada forçada e que liberou a passagem após a liderança ser ouvida. Van Hattem afirmou que não havia sido informado sobre o fim do protesto.
Motta conseguiu reassumir a cadeira às 22h21, após mais de seis minutos tentando atravessar o plenário e uma negociação mediada pelo ex-presidente da Câmara Arthur Lira (PP-AL). O episódio reforçou as tensões entre parlamentares governistas e oposicionistas, em um momento de acirramento político no Congresso.