POLÍTICA

Após crise, Motta tenta retomar controle da Câmara com punições e votações-chave

O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), após retomar o comando da Mesa Diretora da Casa – Reprodução

Após a crise provocada pela ocupação do plenário por deputados da oposição, o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), inicia uma semana considerada decisiva para reafirmar sua liderança na Casa. Parlamentares avaliam que ele precisa adotar punições exemplares contra os envolvidos no motim e conduzir votações estratégicas para recuperar autoridade. A direção da Câmara encaminhou à Corregedoria representações contra 14 deputados, aguardando parecer antes de levar os casos ao Conselho de Ética.

O episódio, que durou 36 horas, expôs fragilidades na condução política de Motta. Deputados afirmam que a demora para agir e sua ausência em Brasília no início da crise contribuíram para o agravamento da situação. O presidente só retornou à capital no dia seguinte ao início da ocupação, após cumprir compromissos na Paraíba, o que gerou críticas até de aliados.

Segundo lideranças, o resultado político da semana dependerá das decisões que Motta tomar a partir de agora. A avaliação é de que ele precisa “ter atitude de líder” e se mostrar no controle do processo. O fechamento da pauta de votações na terça-feira (12) é visto como teste central, com expectativa de aprovar projetos que demonstrem capacidade de articulação.

Hugo Motta e parlamentares. Foto: Divulgação

A base governista pretende aproveitar o momento para avançar em propostas de interesse do Executivo, já que o motim foi liderado por parlamentares bolsonaristas. Entre os projetos citados está o que amplia a faixa de isenção do Imposto de Renda para R$ 5 mil, promessa de campanha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Para o governo, a fragilidade política de Motta pode abrir espaço para pautas prioritárias.

Internamente, líderes do Centrão afirmam que a crise poderia ter sido evitada se a Câmara tivesse retomado as votações logo após o recesso, evitando a sensação de paralisia. A ausência de uma pauta estruturada e a demora para reagir são apontadas como falhas que enfraqueceram a presidência.

Agora, com a temperatura política mais baixa, Motta precisa mostrar capacidade de recompor sua imagem. A percepção nos bastidores é de que o desfecho da semana determinará se ele conseguirá manter controle sobre a Câmara ou se ficará à mercê das pressões políticas da oposição e da base governista.

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