POLÍTICA

Adultização de crianças: o caso Felca e a urgente proteção nas redes sociais

O termo “adultização” tem ganhado destaque nos últimos dias, especialmente após o influenciador Felca denunciar, nas redes sociais, a prática envolvendo crianças e adolescentes em conteúdos que as expõem a situações inadequadas e sexualizadas, com a finalidade de gerar lucros.

No último dia 9 de agosto, Felca publicou um vídeo no qual criticava os algoritmos das redes sociais que incentivam a disseminação desse tipo de conteúdo, alertando sobre os perigos da “adultização” das crianças.

A adultização é um conceito que descreve o processo no qual crianças e adolescentes são forçados a adotar comportamentos, estéticas ou até mesmo narrativas que não condizem com sua faixa etária, frequentemente em contextos sexualizados ou de comportamentos adultos. Isso pode ocorrer em várias formas de mídia, especialmente nas plataformas digitais, onde muitos jovens se veem expostos a padrões de comportamentos adultos, muitas vezes distorcidos, que acabam sendo divulgados por influenciadores e outros criadores de conteúdo.

Felca, conhecido por seu trabalho nas redes sociais, destacou o caso do influenciador Hytalo Santos, que estaria utilizando adolescentes para criar conteúdos sexualizados, os expondo em vídeos para gerar visualizações e lucros. Ele acusou Hytalo de organizar um “reality show” com adolescentes no auge da puberdade, incentivando comportamentos inadequados e sexualizados para atrair atenção, muitas vezes sem considerar as consequências emocionais e psicológicas para os envolvidos.

Além de expor as práticas de adultização, Felca também apontou que as plataformas digitais, como o Instagram e o YouTube, possuem algoritmos que favorecem esse tipo de conteúdo, promovendo vídeos e imagens que, de acordo com ele, distorcem a visão da infância e adolescência, tornando-as produtos de consumo para o entretenimento adulto. Isso gera um ciclo perigoso, onde crianças e adolescentes acabam sendo vítimas de uma exploração disfarçada de conteúdo viral e “inofensivo”.

A adultização, portanto, envolve mais do que a simples exposição da infância à sexualização; trata-se da construção de uma narrativa que faz com que crianças e jovens se vejam como adultos, muitas vezes antes do tempo e sem a maturidade necessária para lidar com tais experiências. Esse processo, além de violar os direitos da criança e do adolescente, também prejudica o desenvolvimento saudável dessas pessoas, interferindo em sua educação emocional e social.

Consequências da Adultização

O impacto da adultização não se limita ao momento presente. Ela pode acarretar uma série de problemas para o desenvolvimento das crianças e adolescentes, como:

Prejuízo ao desenvolvimento psicológico: Ao serem expostas a conteúdo sexual ou a comportamentos adultos, as crianças podem não ter a capacidade emocional de processar essas informações de maneira adequada, o que pode gerar confusão e dificuldades emocionais futuras.

Riscos de exploração e abuso: A adultização é uma forma de exploração sexual infantil velada. Ao tratar crianças e adolescentes como se fossem adultos, eles se tornam alvos mais vulneráveis de exploração e abuso, especialmente em um ambiente online onde as barreiras entre o público e privado são frequentemente borradas.

Mudança de comportamentos: As crianças podem começar a reproduzir comportamentos que não são condizentes com sua idade, como o consumo precoce de álcool, tabaco ou até mesmo o envolvimento em situações sexuais, muitas vezes sem entender suas implicações.

O Papel das Redes Sociais e das Autoridades

Com o aumento da adultização nas plataformas digitais, surge a necessidade de regulamentação e fiscalização mais rígida sobre o que é divulgado e como as plataformas digitais manipulam os dados. O caso Felca trouxe à tona a questão de como as redes sociais podem agir como ferramentas de distorção da infância e adolescência, ao priorizar o engajamento e a monetização, muitas vezes em detrimento do bem-estar dos menores.

O legislativo também tem papel crucial nesse contexto. A necessidade de regulamentar o conteúdo nas redes sociais e responsabilizar as plataformas por esse tipo de exploração está se tornando uma pauta crescente em muitas partes do mundo. Projetos de lei estão sendo discutidos para proteger as crianças e adolescentes de conteúdos prejudiciais, como vídeos que promovem a adultização, e para assegurar que as plataformas cumpram sua responsabilidade social.

A adultização é uma prática perigosa que, infelizmente, tem se espalhado pelo ambiente digital, prejudicando o desenvolvimento saudável de crianças e adolescentes. Casos como o de Felca, que trouxe à tona denúncias sobre a exploração de jovens em conteúdos sexualizados para obter lucro, evidenciam a urgência de medidas de proteção mais eficazes. A sociedade, os legisladores e as plataformas digitais precisam estar mais atentos e agir rapidamente para garantir que os direitos das crianças sejam respeitados e que elas possam crescer de forma saudável, sem a pressão de se tornarem adultos antes do tempo.

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