
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), atualmente em prisão domiciliar, revelou a uma autoridade que o visitou recentemente que recebeu a informação de que já existe uma cela preparada para ele no Comando Militar do Planalto, em Brasília, caso seja condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) no julgamento por tentativa de golpe de Estado. Bolsonaro não revelou quem teria repassado a informação.
A cela ficaria no Quartel General do Exército, a cerca de sete quilômetros da Praça dos Três Poderes. O local tem forte simbolismo, já que foi na mesma região que apoiadores do ex-presidente montaram acampamentos antes dos ataques e depredações às sedes do Planalto, do Congresso e do STF, em 8 de janeiro de 2023.
Outra possibilidade considerada é a Superintendência Regional da Polícia Federal em Brasília, a 11 quilômetros do centro político do país. O espaço seria adaptado de forma semelhante à cela onde o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ficou preso em Curitiba, em 2018, após condenação por corrupção.
Também está no radar o Complexo Penitenciário da Papuda, localizado a 17 quilômetros da Praça dos Três Poderes e a apenas 8 quilômetros da casa de Bolsonaro, no Condomínio Solar de Brasília. O presídio abriga mais de 16 mil detentos, mas conta com uma ala especial destinada a presos considerados vulneráveis, o que poderia receber o ex-presidente em caso de condenação.

A escolha da Papuda teria ainda o efeito de reduzir o risco de grandes mobilizações, já que o local é mais isolado. A lembrança da prisão de Lula em Curitiba, que atraiu centenas de manifestantes e originou o movimento “Lula Livre”, pesa na decisão de evitar manifestações contínuas em frente a instalações públicas de grande visibilidade.
Por fim, também existe a possibilidade de Bolsonaro permanecer em prisão domiciliar, medida já adotada em razão de seu estado de saúde. A definição dependerá do resultado do julgamento que terá início na próxima terça-feira (2) na Primeira Turma do STF, e que pode levar o ex-presidente a cumprir pena em um dos locais já cogitados em Brasília. As informações são de VEJA.