POLÍTICA

Enquanto costura anistia a golpistas no DF, Tarcísio vê PCC matar delegado e barbarizar em SP

Diogo Costa Cangerana, ex-segurança do governador Tarcísio de Freitas – Reprodução

Enquanto Tarcísio de Freitas se movimenta em Brasília para costurar uma anistia aos golpistas, São Paulo assiste à escalada do crime organizado.

Na noite de segunda-feira (15), o ex-delegado-geral da Polícia Civil, Ruy Ferraz Fontes, 64 anos, foi executado em Praia Grande. Fontes construiu sua carreira combatendo diretamente o Primeiro Comando da Capital (PCC), facção que o tinha como inimigo declarado. Sua morte foi cinematográfica.

Meses antes, um delator do PCC havia sido morto em plena luz do dia no maior aeroporto da América Latina, em Guarulhos. Dois episódios distintos no tempo, mas conectados pelo mesmo fio: a demonstração de força da facção dentro de São Paulo.

Não se trata de casos isolados, mas de um padrão de violência que expõe tanto a fragilidade do Estado quanto a falta de resposta efetiva do governo.

Ao mesmo tempo, há ligações explícitas entre o PCC e a Faria Lima. As fintechs estiveram no centro da Operação Tai-Pan, deflagrada pela Polícia Federal em novembro de 2024, que abalou o mercado financeiro ao expor um esquema de lavagem de dinheiro bilionário ligado à facção.

Entre os presos esteve o capitão da Polícia Militar Diogo Costa Cangerana, apontado como responsável pela abertura de contas usadas pelo crime organizado. Ele foi solto em dezembro e reintegrado ao serviço ativo da corporação.

De acordo com o Estadão, Cangerana havia integrado 25 viagens oficiais de Tarcísio nos dois anos anteriores. O militar acompanhou deslocamentos estratégicos, como reuniões em Brasília com ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) — Luís Roberto Barroso e Luiz Fux —, com o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, e com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad.

Enquanto isso, Tarcísio beneficia grandes grupos do agronegócio com a venda de extensas áreas de terras públicas no interior, em condições generosas que chegam a 90% de desconto. Fazendas são usadas para lavar dinheiro.

Na educação e na segurança, a marca da gestão é a militarização das escolas e a evangelização de policiais. O governo investe em transformar estruturas do Estado em trincheiras ideológicas, enquanto a facção criminosa avança na prática, com execuções que abalam a opinião pública.

Tarcísio segue blindado. Como “candidato da elite”, mantém a proteção de setores econômicos e da mídia tradicional, que evitam contar a história completa. O resultado é um silêncio que, em si, já faz parte do problema.

 

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