
A grande dúvida da semana irá se desfazer em poucas horas: qual será o estrago das posições de Luiz Fux em tudo o que foi feito por Polícia Federal, Ministério Público e Judiciário para levar o núcleo do golpe para a cadeia?
Será um voto discordante capaz de abrir crateras? Ou apenas irá causar confusão, atiçar a extrema direita e ganhar manchetes?
A argumentação de Alexandre de Moraes, a partir das provas, deixa claro que o Supremo era alvo preferencial dos golpistas. Era preciso atacar e amedrontar os ministros do STF.
Algum ministro do Supremo será capaz de defender o ponto de vista do golpismo, depois do que Moraes disse na terça-feira (9)? Moraes deixa defensores das teses de Bolsonaro em situação constrangedora.
Fux já anunciou que será a voz discordante, desde o início da sessão, ao se dirigir a Moraes:
“O senhor está votando as preliminares e vou me reservar ao direito de voltar a elas na oportunidade em que eu vou votar, porque, desde o recebimento da denúncia, por questão de coerência, eu sempre ressalvei e fui vencido nessas questões, de sorte que vou voltar a essa”.
Fux interrompe análise de Moraes sobre preliminares do julgamento de Bolsonaro. pic.twitter.com/mMUMbTnj6c
— Rádio BandNews FM (@radiobandnewsfm) September 9, 2025
Fux vai contestar a validade da deleção de Mauro Cid. Em março, o ministro já havia dito que Mauro Cid teria feito oito delações. Depois, aumentou para nove: “Nove delações representam nenhuma delação”.
Ontem, Moraes rebateu, com indireta ao colega:
“São oito depoimentos sobre fatos diversos. Não são contraditórios e muito menos a alegação de que são oito delações. Basta verificar os autos para verificar que foram sequenciais”.
E aqui a resposta mais incisiva às insinuações dos advogados e do colega Fux:
“Não há 8, 9 ou 14 delações. Isso beira a litigância de má-fé. Houve 8 depoimentos sobre fatos diversos em uma mesma delação”.
Mas Fux não se entrega. Depois de um comentário de Flavio Dino, que interrompeu a fala de Moraes, Fux alertou que não aceitará apartes quando apresentar seu voto.
Flavio Dino ironizou: “Eu tranquilizo, ministro Fux, que não pedirei (aparte) à vossa excelência. Pode dormir em paz”.
Fux é o terceiro a votar, depois de Flávio Dino, o que acontecerá na quinta-feira pela manhã. Agora, ninguém dorme.