

Logo no início, Fux interrompeu Moraes para registrar que trataria das preliminares levantadas pelas defesas em sua manifestação. Ele disse que discordava do entendimento majoritário de que o julgamento caberia à Primeira Turma, e não ao plenário do STF.
Moraes reagiu lembrando que essas questões já haviam sido votadas por unanimidade, o que levou Fux a insistir: “Durante o recebimento da denúncia. Estamos em julgamento”.
Fux interrompe análise de Moraes sobre preliminares do julgamento de Bolsonaro. pic.twitter.com/mMUMbTnj6c
— Rádio BandNews FM (@radiobandnewsfm) September 9, 2025
Pouco depois desse embate inicial, Fux se levantou e deixou a sessão por cerca de dez minutos. Essa não foi a única ausência do ministro ao longo da leitura do voto do relator. Ele ainda se retirou mais duas vezes, sugerindo desconforto com o andamento do julgamento.
O clima voltou a ficar tenso quando o ministro Flávio Dino pediu a palavra, afirmando que concederia um minuto para Moraes tomar um gole de café. Na sequência, fez dois comentários rápidos. A intervenção incomodou Fux, que reclamou do descumprimento do acordo firmado entre os ministros na antessala da Primeira Turma para evitar apartes.
Moraes respondeu que o aparte havia sido direcionado a ele. Dino completou de forma irônica: “E eu não pedirei nenhum aparte durante o seu voto, pode dormir em paz”. A cena foi acompanhada pela ministra Cármen Lúcia, que observava em silêncio, com a mão apoiada no rosto.
O climão… Dino faz uma intervenção na fala de Moraes e quem reclama é… Fux. Dino responde, dizendo que Fux pode “dormir em paz”. pic.twitter.com/nYrTNjRM06
— Giullia Chechia Mazza (@GiulliaMazza) September 9, 2025
A troca de farpas não interrompeu a leitura do relator, mas expôs a fricção interna na Turma. Enquanto Moraes mantinha a leitura de seu extenso voto, Dino e Fux foram vistos cochichando.
Em seguida, o ministro voltou a se ausentar. Foi a terceira vez que deixou a sessão antes de chegar sua vez de votar.