POLÍTICA

Supostas doenças de Zambelli serão usadas para tentar barrar extradição na Itália; veja a lista

A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) terá, na próxima quarta-feira (13/8), uma nova audiência na Itália para análise do pedido de extradição apresentado pelo governo brasileiro. A data foi definida pela Justiça italiana após a parlamentar passar por audiência de custódia na semana em que foi detida.

Desta vez, na Corte de Apelação de Roma, Zambelli será ouvida pela primeira vez. A defesa pretende destacar os problemas de saúde da deputada como argumento contra a extradição. Segundo o pai dela, João Hélio, presente no momento da prisão, a parlamentar convive com mais de dez doenças, incluindo a síndrome da taquicardia postural ortostática — condição que a levou a uma internação em 2024, afetando o sistema nervoso e provocando episódios de taquicardia.

A realização da audiência foi confirmada pelo Ministério da Justiça ao Supremo Tribunal Federal (STF), após consulta às autoridades italianas. Zambelli foi presa em 29 de julho, depois que o deputado italiano Angelo Bonelli informou sua localização às autoridades, indicando que ela estava hospedada em um hotel.

Algumas das moléstias de Carla Zambelli são as seguintes:

1. Doenças e condições cardiovasculares

Taquicardia de etiologia/foco indeterminado (posteriormente definida como Taquicardia Atrial de foco arrítmico de artéria pulmonar) – pode ser grave dependendo da frequência e duração das crises, risco aumentado de complicações cardíacas.

Síndrome de Taquicardia Postural Ortostática (POTS) – distúrbio do sistema nervoso autônomo que provoca aumento anormal da frequência cardíaca ao se levantar; impacta a qualidade de vida, mas raramente é fatal.


2. Doenças reumatológicas/genéticas

Síndrome de Ehlers-Danlos tipo hipermóvel – doença genética do colágeno, crônica, sem cura, com variação de gravidade; pode causar dor crônica, lesões articulares e problemas cardiovasculares.

Hipermobilidade articular – frequentemente associada à Ehlers-Danlos.

Fibromialgia – dor crônica generalizada, fadiga intensa; impacto funcional elevado.


3. Doenças gastrointestinais

Síndrome do intestino irritável – crônica, causa desconforto abdominal e alterações intestinais; gravidade varia.

Irritação intestinal por síndrome de ativação mastocitária – relacionada a alergias e inflamações.


4. Doenças neurológicas e do sistema nervoso autônomo

Disautonomia – mau funcionamento do sistema nervoso autônomo, que pode afetar pressão arterial, frequência cardíaca e outras funções vitais.

Transtorno neurocognitivo leve – citado como “brain fog” (dificuldade de atenção e concentração).


5. Doenças psiquiátricas

Transtorno depressivo recorrente grave sem sintomas psicóticos – depressão grave crônica; risco elevado de incapacidade funcional e ideação suicida.

Transtornos de humor persistentes não especificados

Transtorno misto ansioso e depressivo

Personalidade caracterizada por síndrome álgica crônica

Depressão maior com ansiedade – histórico de crises graves, inclusive com necessidade de internação.

Agorafobia – ansiedade intensa em locais abertos ou públicos.

Transtorno depressivo maior com ideação suicida (histórico de 2024) – alto risco.


6. Outras condições

Bloqueio simpático venoso com cetamina – tratamento para dor e depressão resistentes.

Uso contínuo de múltiplos medicamentos controlados – indica doença crônica de difícil manejo.

Algumas condições são crônicas e incapacitantes (Ehlers-Danlos, fibromialgia, disautonomia, depressão grave recorrente).

Outras têm risco de complicações potencialmente fatais se não tratadas (arritmias cardíacas, POTS em casos graves, depressão com ideação suicida).

Apesar de graves, a maioria das doenças descritas não implica risco imediato e absoluto à vida se tratadas e monitoradas — mas podem ser usadas juridicamente como argumento contra deslocamentos longos, estresse ou encarceramento em condições inadequadas.

No processo de extradição, a defesa provavelmente tentará argumentar que o conjunto de doenças crônicas compromete a capacidade dela de suportar um traslado internacional e uma prisão no Brasil. Vai também alegar que a detenção em um presídio comum poderia agravar quadros cardíacos, depressivos e dolorosos.

Por fim, pedir prisão domiciliar ou tratamento hospitalar especializado na Itália, usando laudos para demonstrar que ela necessita de acompanhamento médico constante e acesso rápido a medicamentos e procedimentos.

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