POLÍTICA

Corregedoria tem 48 horas para se pronunciar sobre 14 bolsonaristas que armaram motim na Câmara

Hugo Motta após reassumir cadeira na Câmara. Foto: reprodução

A Corregedoria da Câmara dos Deputados recebeu nesta segunda-feira (11) denúncias contra 14 parlamentares do PL, PP e Novo por participação no bloqueio aos trabalhos da Casa. Agora, o corregedor Diego Coronel (PSD-BA) terá 48 horas para se manifestar sobre pedidos de suspensão e cassação.

O rito sumário, criado na gestão de Arthur Lira (PP-AL), permite punições rápidas antes mesmo da conclusão de processos no Conselho de Ética. “Pretendo pedir uma reunião com a Mesa Diretora para ouvi-los. Os casos mais simples podem ser resolvidos de forma mais rápida. Os casos mais difíceis considero abrir prazo para defesa”, disse Coronel.

O prazo, no entanto, não pode ser estendido regimentalmente. Se Coronel não se pronunciar em 48 horas, a Mesa Diretora poderá decidir diretamente sobre as punições. Uma eventual demora também pode inviabilizar a aplicação do rito sumário, que exige que a solicitação seja feita em até cinco dias úteis após o fato – no caso, a ocupação da última sexta-feira (8).

As conclusões do corregedor serão encaminhadas à Mesa, presidida por Hugo Motta (Republicanos-PB), que já usou o mecanismo para suspender dois deputados neste ano: Gilvan da Federal (PL-ES) e André Janones (Avante-MG). Motta classificou o bloqueio como um episódio “grave” e defende punições como forma de coibir novos protestos do tipo.

Coronel Zucco (PL) e o Marcel Van Hattem (Novo) durante motim na Câmara. Foto: reprodução

Além dos 14 deputados denunciados por partidos da base governista, o PL também pediu a punição da petista Camila Jara (PT-MS), acusada de agredir Nikolas Ferreira (PL-MG) durante a confusão no plenário. Coronel adiantou que outros nomes podem ser incluídos na análise.

Confira abaixo os nomes dos deputados federais incluídos no documento oficial enviado à Corregedoria:

  • Sóstenes Cavalcante (PL-RJ) – Líder do PL
  • Zucco (PL-RS) – Líder da oposição
  • Carlos Jordy (PL-RJ)
  • Nikolas Ferreira (PL-MG)
  • Caroline de Toni (PL-SC)
  • Marco Feliciano (PL-SP)
  • Domingos Sávio (PL-MG)
  • Zé Trovão (PL-SC)
  • Bia Kicis (PL-DF)
  • Paulo Bilynskyj (PL-SP)
  • Marcos Pollon (PL-MS)
  • Júlia Zanatta (PL-SC)
  • Marcel Van Hattem (Novo-RS) – Líder do Novo
  • Allan Garcês (PP-MA)

O presidente Lula (PT) defendeu a cassação dos envolvidos, chamando-os de “verdadeiros traidores da pátria”. O vice-presidente Geraldo Alckmin também criticou a ocupação, afirmando que o episódio foi “inadmissível” para a democracia.

O protesto, que durou mais de 30 horas, foi motivado pela pressão por pautas conservadoras e em repúdio à prisão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Agora, a Câmara decide se aplicará suspensões imediatas ou se encaminhará os casos para julgamento ético completo.

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