A Polícia Federal (PF) abriu, no mês passado, um inquérito contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) por disseminação de fake news e crimes contra a honra do presidente Lula (PT), conforme informações do Metrópoles.
A apuração começou após o ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, solicitar ao diretor-geral da PF, Andrei Passos, que investigasse a divulgação, no canal de WhatsApp de Bolsonaro, de conteúdo que vinculava Lula à morte de pessoas LGBTQIA+.
O caso chegou às autoridades por meio de uma notícia-crime apresentada ao Ministério Público Federal (MPF) por um cidadão russo-brasileiro. Na denúncia, ele apontou uma postagem em que Bolsonaro associava Lula ao regime de Bashar al-Assad, na Síria, acusado de executar pessoas LGBTQIA+. A publicação teria sido feita em 15 de janeiro deste ano, mas já foi removida do canal do ex-presidente.
Segundo a análise preliminar, a PF apura a possível prática de crimes contra a honra do chefe do Executivo e a propagação de notícias falsas. Os investigadores também buscam identificar o alcance e o contexto em que o conteúdo foi compartilhado.
Criado em outubro de 2023, o canal de Bolsonaro no WhatsApp tem como última publicação disponível uma postagem de 12 de julho. Bolsonaro, que cumpre prisão domiciliar por determinação do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), está proibido de usar redes sociais.
O regime de Bashar al-Assad caiu em 8 de dezembro de 2024, quando o ditador e sua família fugiram para a Rússia após rebeldes tomarem Damasco. Durante seu governo, de 2004 a 2024, atos homossexuais foram criminalizados na Síria, com relatos de perseguição e violência contra pessoas LGBTQIA+.
