POLÍTICA

Hugo Motta pede punição de até seis meses a cinco deputados por motim

Os deputados Marcel van Hatten (Novo-RS), Zé Trovão (PL-SC), Júlia Zanatta (PL-SC), Marcos Pollon (PL-MS) e Camila Jara (PT-MS). Fotomontagem

O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), anunciou nesta sexta-feira (8) a indicação de afastamento do mandato, por até seis meses, de cinco deputados envolvidos no motim que paralisou o Congresso Nacional nesta semana. A medida atinge Marcos Pollon (PL-MS), Zé Trovão (PL-SC), Júlia Zanatta (PL-SC), Marcel van Hattem (Novo-RS) e Camila Jara (PT-MS) e ainda precisa ser analisada pelo Conselho de Ética da Casa.

O tumulto ocorreu quando parlamentares bolsonaristas ocuparam as mesas diretoras da Câmara e do Senado, impedindo o início das sessões legislativas. O ato foi uma reação à prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), determinada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Os opositores exigiam anistia aos envolvidos no 8 de Janeiro, o fim do foro privilegiado e o impeachment do magistrado.

Segundo a Secretaria-Geral da Mesa, todas as denúncias sobre as condutas durante o motim foram encaminhadas à Corregedoria Parlamentar. Representações apresentadas por PT, PSB e PSOL pedindo a suspensão dos parlamentares abriram caminho para a decisão de Motta. Paulo Bilynskyj (PL-SP), que chegou a ser citado, não foi incluído na lista.

Camila Jara, única deputada governista mencionada, foi acusada por Nikolas Ferreira (PL-MG) de empurrá-lo durante a confusão. A petista nega agressão e afirma que apenas afastou o colega em meio ao “empurra-empurra” para restabelecer a ordem no plenário. O PL protocolou representação alegando que Nikolas sofreu dor intensa e precisou de ajuda de policiais legislativos.

O deputado Marcos Pollon foi o último a deixar a cadeira da presidência da Câmara, devolvendo-a a Hugo Motta. Dias antes, ele havia chamado o presidente da Casa de “bosta” e “baixinho de um metro e 60”. Já Zé Trovão é acusado, segundo partidos de esquerda, de tentar impedir fisicamente o retorno de Motta à Mesa Diretora. Júlia Zanatta, por sua vez, usou sua filha de 4 meses como escudo humano.

O Conselho de Ética deve ter uma semana movimentada. Além dessas representações, estão previstos para chegar ao colegiado outros pedidos contra parlamentares, como Eduardo Bolsonaro (PL-SP), atualmente nos Estados Unidos, que é alvo de solicitações de suspensão e cassação.

Estimativas internas apontam que mais de 20 representações devem ser analisadas pelo Conselho nos próximos dias. A série de ações contra deputados bolsonaristas evidencia a resposta institucional aos atos que bloquearam os trabalhos legislativos por mais de 30 horas.

O motim teve fim na noite de quarta-feira (6), quando os presidentes da Câmara e do Senado retomaram o comando das sessões. A obstrução começou no retorno do recesso parlamentar, na terça-feira (5), e foi marcada por correntes, cadeados, esparadrapos e até a presença de um bebê no plenário.

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