POLÍTICA

Lula e primeiro-ministro da Índia se unem contra tarifaço e defendem “integração”

Narendra Modi, primeiro-ministro da Índia, e o presidente Lula. Foto: Cristiano Mariz/Agência O Globo

O presidente Lula e o primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, conversaram por cerca de uma hora nesta quinta (7), após os Estados Unidos imporem uma sobretaxa de 25%, totalizando 50%, sobre produtos indianos, a mesma cobrança aplicada ao Brasil. Ambos se mostraram contrários às medidas adotadas por Donald Trump.

“Reafirmamos a importância em defender o multilateralismo e a necessidade de fazer frente aos desafios da conjuntura, além de explorar possibilidades de maior integração entre os dois países”, afirmou o presidente nas redes.

Durante o diálogo, Lula confirmou que fará uma visita de Estado à Índia no início do próximo ano. Para preparar essa missão, o vice-presidente Geraldo Alckmin estará em solo indiano em outubro, liderando uma comitiva com ministros e empresários. A pauta inclui cooperação comercial, defesa, energia, minerais estratégicos, saúde e inclusão digital.

“Recordamos, ainda, a meta de aumentar o comércio bilateral para mais de US$ 20 bilhões [cerca de R$ 110 bilhões] até 2030. Para isso, concordamos em ampliar a cobertura do acordo entre Mercosul e Índia”, prosseguiu.

Os presidentes também trocaram experiências sobre sistemas de pagamento como o Pix e o UPI indiano (pagamento baseado em código QR).

O Brasil e a Índia, ambos membros do Brics, têm buscado reações coordenadas a tarifas impostas pelos EUA, que também atingem a China. A imposição americana às importações indianas foi justificada por Trump como retaliação às compras de energia da Índia junto à Rússia, acusando o país de favorecer Vladimir Putin e dificultar o acesso de produtos americanos ao mercado local.

Lula apontou que uma das pautas da discussão foi a Cúpula do Brics no Brasil e que eles pretendem “trabalhar juntos para a transição da próxima presidência do bloco que estará a cargo da Índia”.

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