
O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que está fugido nos Estados Unidos, revelou em entrevista ao jornal O Globo que continuará atuando para ampliar as sanções contra o Brasil após a prisão domiciliar de seu pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). O parlamentar afirmou que só retornará ao país se conseguir “anular” o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF) e garantir uma anistia ampla aos condenados do 8 de Janeiro.
“Se eu retornar, sei que vou ser preso. Primeiramente, tenho que tirar o Alexandre de Moraes dessa equação, anular ele, isolá-lo”, declarou Eduardo, que enviará um ofício à Câmara alegando perseguição política para justificar sua ausência no Brasil.
O terceiro filho do ex-presidente garantiu que não renunciará ao mandato e sugeriu a possibilidade de votar remotamente: “Existe margem para mudança de regimento para eu poder fazer as votações por meio eletrônico”.
Sobre as sanções estadunidenses que começaram a vigorar nesta quarta-feira (6), Eduardo defendeu a medida de Trump: “Dou graças a Deus que ele voltou suas atenções para o Brasil. Acho que tem valido a pena”. O parlamentar minimizou os impactos econômicos do “tarifaço”, estimados em R$ 19 bilhões para o PIB brasileiro, afirmando que “há um sacrifício a ser feito” contra o que chamou de “ditadura de toga” comandada por Moraes.

Eleições de 2026
Questionado sobre sua possível candidatura presidencial em 2026, Eduardo condicionou a decisão ao apoio do pai e à conquista de suas metas políticas atuais: “Se Jair Bolsonaro quiser me apoiar, eu sairia candidato a presidente da República”.
O deputado também revelou conversas frequentes com autoridades americanas, incluindo visitas semanais à Casa Branca, mas evitou identificar seus interlocutores para “não queimar pontes”.
Sobre os R$ 2 milhões recebidos do ex-presidente – valor considerado suspeito pelo STF -, Eduardo afirmou se tratar de ajuda familiar legítima: “Ele desejava ajudar o filho num momento depois de meses aqui em exílio”.
O “03” também criticou a pesquisa Datafolha que mostrou rejeição a políticos que defendem anistia a bolsonaristas, alegando crescimento em suas redes sociais como indicador de apoio popular.