
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) entregou seu aparelho celular à Polícia Federal (PF) sem oferecer resistência nesta segunda-feira (4), cumprindo ordem do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). De acordo com fontes da corporação, a operação ocorreu sem incidentes, com agentes abordando Bolsonaro no momento em que chegava em sua residência no Jardim Botânico, em Brasília.
Na mesma decisão, Moraes determinou a prisão domiciliar do ex-presidente, alegando “reiterado descumprimento de medidas cautelares”. O ministro citou especificamente a participação de Bolsonaro, via chamada de vídeo, na manifestação de apoiadores em Copacabana no último domingo (3).
Diferentemente da ação realizada no dia 18, quando a PF fez busca e apreensão na casa do ex-presidente, desta vez os agentes apenas apreenderam o celular de Bolsonaro nas proximidades do condomínio onde mora.
Fontes da PF confirmaram que a abordagem foi tranquila e que o ex-presidente já estava sob monitoramento com tornozeleira eletrônica e recolhimento domiciliar noturno desde a operação anterior.
Veja o momento em que Nikolas ajuda Bolsonaro a descumprir a decisão de Moraes:
“Tentaram calar um homem, mas levantaram milhões de vozes, Bolsonaro não pode falar, mas pode ouvir, nós te amamos” Nikolas Ferreira
Brasil Acima do STF #ForaLulaForaMoraes
💪🏻🇧🇷 pic.twitter.com/9xzjnZlzEO— Luli (@crisdemarchii) August 3, 2025
Bolsonaro em prisão domiciliar
A prisão domiciliar de Bolsonaro (PL) foi determinada após Moraes entender que ele violou medidas cautelares previamente impostas pela Corte. A decisão foi motivada pela participação de Bolsonaro, ainda que virtual, em manifestações realizadas no domingo (3), em Copacabana, no Rio de Janeiro, e na Avenida Paulista, em São Paulo.
Bolsonaro apareceu em uma chamada de vídeo direcionada aos manifestantes, que foi publicada nas redes sociais do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) e apagada horas depois. Em outra chamada, ele participou do ato paulista em chamada com o deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG).
Mesmo com a remoção, ministros do STF interpretaram a gravação como uma nova tentativa de burlar as restrições judiciais em vigor. A tornozeleira eletrônica que o ex-presidente é obrigado a usar estava visível no vídeo.
Na decisão, Moraes afirmou que Bolsonaro “reiterou descumprimento de medidas cautelares” e classificou sua participação nos atos como “dissimulada”. O ministro escreveu que o ex-presidente “preparou material pré-fabricado para divulgação nas manifestações e redes sociais”, e que isso demonstrou “conduta ilícita de tentar coagir o STF e obstruir a Justiça, em flagrante desrespeito às medidas cautelares anteriormente impostas”.
Além da prisão domiciliar, Bolsonaro está agora proibido de receber visitas, exceto de familiares próximos e advogados previamente autorizados pelo STF. Os celulares encontrados em sua residência também foram apreendidos, por determinação da Corte. O ministro justificou a necessidade das medidas mais rígidas com base na “contínua reiteração delitiva” do ex-presidente.