
Em conversas recentes sobre a nova pesquisa eleitoral contratada pelo PL e ainda não divulgada oficialmente, o ex-presidente Jair Bolsonaro foi alertado por aliados sobre o desempenho de sua mulher, Michelle Bolsonaro, nas simulações de primeiro turno contra o presidente Lula.
Segundo relatos, a ex-primeira-dama aparece como o nome mais competitivo da direita no cenário eleitoral atual, superando até mesmo Tarcísio de Freitas, governador de São Paulo. A análise que chegou a Bolsonaro destaca que Michelle teria hoje um desempenho melhor que o próprio ex-presidente, cuja rejeição elevada segue como principal obstáculo para uma eventual volta ao Planalto.
Embora Bolsonaro esteja inelegível, ele ainda exerce forte influência sobre o campo conservador e será peça central na escolha de quem representará seu grupo em 2026. De acordo com fontes próximas, ele ouviu as avaliações com atenção, mas evitou comentários.
Seu desejo declarado, por ora, é que Michelle dispute uma vaga ao Senado pelo Distrito Federal. No entanto, a movimentação política da ex-primeira-dama, incluindo uma intensa agenda de viagens pelo país e a recente mudança de seu domicílio eleitoral para Brasília, tem sido lida nos bastidores como sinal de ambição presidencial.
Além da pesquisa interna do PL, a última sondagem do Datafolha, divulgada no domingo (3), reforça essa tendência. O levantamento mostra Michelle liderando entre os nomes do bolsonarismo indicados como possíveis herdeiros políticos do ex-presidente. Entre os entrevistados que querem um sucessor de Bolsonaro, ela aparece à frente de Tarcísio.

Nos cenários de confronto direto contra Lula, Michelle também se destaca. Segundo o Datafolha, o petista lidera com 39% das intenções de voto, enquanto ela registra 24%. Tarcísio aparece com 21% em outro cenário, enfrentando o presidente, que teria 38%. Embora atrás nas pesquisas, a ex-primeira-dama é o nome da direita com melhor desempenho individual até o momento.
O crescimento da ex-primeira-dama nas pesquisas preocupa lideranças petistas, mas também causa desconforto entre aliados mais próximos do governador, que enxergam em Michelle uma possível “candidata natural” para 2026 caso o ex-presidente decida endossar sua candidatura.
A postura discreta de Bolsonaro diante dos números é vista como estratégica. Ele evita definir publicamente um nome para não antecipar divisões internas, mas interlocutores afirmam que ele reconhece o potencial eleitoral da esposa. A escolha oficial, no entanto, deve ser definida apenas em 2026.
Com sua imagem menos desgastada e forte apelo entre o eleitorado evangélico, ela aparece como uma figura capaz de manter a base bolsonarista mobilizada. Nos bastidores do PL, cresce a avaliação de que ela pode ser a aposta mais competitiva da direita para enfrentar Lula na próxima eleição presidencial.