POLÍTICA

Novo presidente do PT prevê “disputa histórica contra o fascismo” em 2026

Edinho Silva, novo presidente do PT. Foto: Reprodução

Edinho Silva, novo presidente do PT, disse em entrevista à revista Veja que a eleição de 2026 será difícil. Segundo o petista, para reeleger o presidente Lula, será preciso atrair não só o centro, mas também o eleitor que migrou para o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

Confira alguns trechos:

O senhor foi um dos articuladores da frente ampla em 2022 para atrair partidos de centro, mas agora defende também a busca pelo eleitor bolsonarista. Como isso será feito?

Já enfrentei muitos desafios políticos e eleições difíceis, mas nenhuma foi mais difícil do que a de 2022. Foi terrível o cenário daquela disputa e ganhamos por 2 pontos percentuais. O desafio do PT agora é dialogar com quem não escolheu Lula por alguma circunstância conjuntural, mas que já votou no PT em eleições anteriores.

Conseguimos furar essa bolha, por exemplo, ao debater soberania nacional. Já se percebe que começa a diluir o mau humor de uma parte do povo brasileiro conosco. Isso dá indícios de que podemos ampliar o nosso eleitorado, mas para vencer será preciso repetir o que aconteceu no segundo turno de 2022.

Teremos de criar um amplo movimento de mobilização que mostre que quem vai defender o Brasil como país, o povo e as instituições brasileiras é Lula. Defendi e continuo defendendo o direito do PT de não abrir mão de nossas bandeiras históricas, daquilo que nos dá identidade, do nosso legado, priorizando os aliados tradicionais. Mas temos que ter capacidade de ampliação, de diálogo. (…)

O presidente Lula e Edinho Silva. Foto: Ricardo Stuckert/PR

Nomes com densidade eleitoral como o vice Geraldo Alckmin e os ministros Fernando Haddad, Gleisi Hoffmann, Rui Costa e Alexandre Padilha são uma aposta dentro dessa estratégia?

Não podemos esvaziar o governo. De abril de 2026 (quando os candidatos precisam se desincompatibilizar) a dezembro há muito tempo ainda para governar. Agora, defendo que, sem gerar rombos na gestão, possamos colocar as nossas principais lideranças para disputar as eleições. Será uma disputa política histórica, até por conta da ascensão do pensamento fascista no mundo. Basta ver como Donald Trump lida com os outros países.

Portanto, a reeleição de Lula, além de dar continuidade a um projeto de reconstrução das políticas públicas no Brasil, que foram desorganizadas no governo anterior, significa também impedirmos que esse pensamento fascista possa tomar corpo no nosso país. A eleição de 2026 tem um significado histórico e defendo, sim, que as nossas principais lideranças estejam no cenário político, nos ajudando a montar os palanques mais fundamentais.

Com a ausência de Bolsonaro, inelegível, há vários nomes cotados para representar a oposição. Acha que a direita irá fragmentada para enfrentar o PT?

Não penso em escolher adversário, temos é que construir as nossas alianças. Estou mais preocupado com que possamos superar a atual conjuntura, com dois temas centrais que estão sendo debatidos: a reforma da renda, que é fundamental para o futuro do Brasil, e a soberania nacional. Não me preocupo com o adversário, penso que o Brasil precisa sair efetivamente fortalecido diante desses dois debates. (…)

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