POLÍTICA

Irmã de Carla Zambelli critica abandono do PL e teme por saúde da deputada presa na Itália

Paula e Carla Zambelli. Foto: Reprodução

A advogada Paula Zambelli, irmã da deputada federal cassada Carla Zambelli (PL-SP), afirmou neste sábado (2) que a parlamentar tem sido ignorada pelo próprio partido desde a cassação de seu mandato pelo TSE até sua recente prisão na Itália. Em entrevista à coluna Painel, da Folha de S.Paulo, Paula relatou que a legenda não prestou qualquer suporte jurídico ou financeiro à ex-deputada, mesmo sendo ela a mulher mais votada do partido na legislatura.

Carla Zambelli foi presa na terça-feira (29) na Itália, e sua situação jurídica ainda depende de deliberação das autoridades italianas sobre um eventual processo de extradição. Paula classificou esse cenário como um “pesadelo”, afirmando que a irmã reafirma inocência e teme não conseguir transformar uma eventual pena em prisão domiciliar, dadas suas condições de saúde.

A família, segundo Paula, está especialmente preocupada com o estado físico e mental de Carla. A ex-deputada já passou por cirurgias cardíaca e cerebral, sofre de depressão profunda e depende de medicação contínua. A irmã detalhou que a falta de medicamentos pode levar a episódios graves, como desmaios e perda de sensibilidade nos membros. “É um motivo de muita preocupação”, afirmou.

Paula Zambelli, que tem posições políticas alinhadas à esquerda, disse que mesmo com as divergências ideológicas, que causaram um afastamento de três anos entre as duas, a família se uniu em apoio à parlamentar. Ela acredita que o momento pode levar Carla a repensar posturas radicais e amadurecer convicções. “Tenho um desejo profundo de que tudo isso tenha algum propósito maior”, declarou.

A deputada Carla Zambelli em entrevista após fuga para o exterior. Foto: Reprodução

A advogada também destacou o impacto emocional da prisão sobre a mãe e o pai da deputada, João Hélio Salgado, que viajou à Itália antes da detenção. O irmão caçula, Bruno Zambelli (PL), deputado estadual em São Paulo, também acompanha de perto o caso. A família teme que a prisão afete ainda mais a saúde da parlamentar, que estaria fragilizada física e psicologicamente.

Paula finalizou dizendo que, apesar das divergências políticas, reconhece que a irmã representa parte significativa do eleitorado. “Essa é a beleza maior da democracia”, afirmou. Para ela, a prisão representa apenas um capítulo da trajetória de Carla, que, aos 45 anos, ainda pode rever posições e reconstruir sua atuação pública.

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