POLÍTICA

Tio de Michelle Bolsonaro é preso por armazenar pornografia infantil no celular

Gilberto Firmo, de 52 anos, tio da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, foi preso em flagrante nesta sexta-feira (1º) em Ceilândia, no Distrito Federal, por armazenar material de pornografia infantil em seu telefone celular.

A prisão ocorreu durante o cumprimento de um mandado de busca e apreensão expedido pelo Tribunal de Justiça do Estado de Goiás (TJGO).

A ação foi conduzida por agentes da Delegacia Especial de Repressão aos Crimes Cibernéticos (DCC) da Polícia Civil do DF. De acordo com as autoridades, o conteúdo encontrado incluía imagens e vídeos de natureza sexual envolvendo crianças e adolescentes. A investigação teve origem em informações repassadas por uma organização não governamental dos Estados Unidos e pela Polícia Federal.

Gilberto Firmo foi enquadrado no artigo 241-B do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), que trata do armazenamento de pornografia infantil, e cuja pena pode chegar a quatro anos de reclusão. A defesa, representada pelo advogado Samuel Magalhães, informou que a audiência de custódia está marcada para sábado (2) e afirmou que confia na inocência do acusado.

Maria Aparecida Firmo Ferreira, avó da ex-primeira-dama, morreu em julho de 2020, vítima de complicações da Covid-19. A idosa, de 80 anos, vivia em condições precárias na favela Sol Nascente, uma das áreas mais violentas e vulneráveis do Distrito Federal. Cega de um olho, com Parkinson, problemas cardíacos e dificuldades de locomoção, dona Aparecida morava sozinha em um casebre e não recebia visitas da neta há mais de seis anos. Mesmo após Michelle tornar-se figura pública, a avó permaneceu esquecida — não foi convidada para a posse presidencial em 2019, tampouco recebeu qualquer assistência do governo ou da família.

Michelle Bolsonaro e a avó Maria Aparecida, morta de Covid após ser abandonada

O passado da avó era marcado por dificuldades e erros. Em 1997, ela foi presa em flagrante por tráfico de drogas. Segundo registros da 1ª Vara de Entorpecentes do DF, foi encontrada com 169 porções de merla, relógios e vales-transporte, sendo conhecida na região como “Tia”. Ela confessou o crime à polícia. A mãe de Michelle, Maria das Graças, também teve problemas com a Justiça, incluindo o uso de identidade falsa nos anos 1980. Essas histórias familiares, segundo fontes próximas, contribuíram para o afastamento entre elas.

Outro caso conhecido envolve o tio de Michelle, o sargento aposentado João Batista Firmo Ferreira, apontado como membro de uma milícia que atuava justamente na região onde vivia dona Aparecida. Ele foi preso em 2019 durante a Operação Horus. Mesmo com esse histórico, foi um dos poucos parentes convidados para a cerimônia de posse de Jair Bolsonaro. O abandono da avó até sua morte escancarou a distância entre o discurso público da ex-primeira-dama e sua realidade familiar.

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