
Carla Zambelli (PL-SP) continuará presa na Itália durante o processo de extradição para o Brasil. Ela passou por uma audiência de custódia nesta sexta-feira (1º), na Corte de Apelação de Roma, que decidiu pela manutenção de sua prisão no presídio feminino de Rebibbia.
A deputada federal bolsonarista foi capturada na última terça-feira (29), após ser localizada em um apartamento de uma empresária brasileira em Roma. Ela fugiu do Brasil depois de ser condenada pelo STF a 10 anos de prisão. A parlamentar tem cidadania italiana e chegou ao país europeu após passar pelos Estados Unidos.
A Advocacia-Geral da União foi acionada pelo ministro Alexandre de Moraes para acompanhar o caso e tomar providências relacionadas ao processo de extradição. O governo brasileiro já fez o pedido formal à Itália, mas a defesa de Zambelli informou que tentará impedir sua extradição. Caso não consiga, ela pretende solicitar o cumprimento da pena no país europeu.
Pela lei italiana, o processo de extradição que correrá a partir de agora pode demorar. O processo envolve dois tribunais, a Corte de Apelação e a Corte de Cassação. Se esses tribunais decidirem pela extradição, a decisão final caberá ao ministro da Justiça da Itália, em uma análise eminentemente política. A estimativa é de que o processo de extradição leve entre seis meses e um ano e meio.
No Brasil, além de ter condenado Zambelli, o STF determinou a perda do mandato de deputada. A Câmara pode declarar a perda do mandato a partir da análise da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), prevista para ser realizada a partir de agosto.

Zambelli está presa em Rebibbia, penitenciária feminina nos arredores de Roma, e pode receber visitas do pai e de seu advogado. A próxima audiência está prevista para ocorrer em meados de agosto, mas ainda sem data definida.
Segundo o pai da deputada, João Hélio Salgado, ela está “frágil, com problemas de saúde”, embora ele não tenha detalhado quais seriam essas doenças. Salgado também negou que sua presença tenha contribuído para a localização da filha, afirmando que saiu do apartamento apenas para ir ao mercado e nunca foi abordado.
Zambelli foi condenada por ter contratado um hacker que inseriu um mandado de prisão falso contra o ministro Alexandre de Moraes no sistema do CNJ. Após a condenação, ela deixou o Brasil pela fronteira com a Argentina, passou pelos EUA e foi para a Itália. Desde então, Moraes determinou bloqueios de passaporte, contas bancárias e redes sociais da deputada.