POLÍTICA

Em nova derrota bolsonarista, Motta mantém o recesso de julho no Congresso

O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), durante sessão na Casa. Foto: Pedro Ladeira/Folhapress

O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), confirmou nesta sexta-feira (18) que o recesso parlamentar de julho será mantido, apesar das pressões de parlamentares bolsonaristas. A decisão acompanha o anúncio feito mais cedo pelo presidente do Senado e do Congresso Nacional, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), que também reforçou a interrupção das atividades legislativas durante o período.

O comunicado oficial de Motta informa que não haverá votações em plenário nem reuniões de comissões permanentes enquanto durar o recesso, frustrando a expectativa da base bolsonarista de utilizar o Congresso como espaço de reação às decisões recentes do Supremo Tribunal Federal (STF) contra Jair Bolsonaro. O ex-presidente foi alvo de operação da Polícia Federal autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, que impôs ainda o uso de tornozeleira eletrônica a Bolsonaro.

Mesmo com o recesso confirmado, o deputado Paulo Bilynskyj (PL-SP), presidente da Comissão de Segurança Pública, havia convocado para a próxima terça-feira (22) uma reunião extraordinária com o objetivo de aprovar uma moção de apoio a Bolsonaro. Com a suspensão das atividades, a articulação perde força e sinaliza uma derrota momentânea para os aliados do ex-presidente dentro do Legislativo.

Câmara dos Deputados
Câmara dos Deputados. Foto: Reprodução

Hugo Motta justificou o recesso parlamentar mencionando a necessidade de obras e reformas estruturais na Câmara dos Deputados. Entre os serviços previstos estão a substituição de carpetes, a instalação de novos sistemas de áudio e vídeo, reformas em gabinetes no anexo 3 e a modernização dos corredores das comissões no Anexo 2, incluindo a troca do piso e instalação de painéis de madeira.

Os líderes da oposição bolsonarista divulgaram nota conjunta em que criticam as decisões do STF, classificando as medidas impostas a Bolsonaro como perseguição política. O texto é assinado por Rogério Marinho (PL-RN), Izalci Lucas (PL-DF), Zucco (PL-RS), Carlos Portinho (PL-RJ) e Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), que acusam o Judiciário de ultrapassar os limites da legalidade e pedem uma atuação firme do Congresso para conter o que chamam de “excessos”.

Além das críticas institucionais, a nota bolsonarista conclama a população a se mobilizar nas ruas de forma pacífica para defender a Constituição, a liberdade e a democracia. Os parlamentares afirmam que “nenhuma toga está acima da lei” e que é hora de a sociedade reagir diante das decisões do Supremo Tribunal Federal, em especial as comandadas por Alexandre de Moraes.

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