POLÍTICA

Nervosismo e câmeras: como foi a operação da PF na casa de Bolsonaro

Bolsonaro sendo levado para por tornozeleira eletrônica. Foto: reprodução

Agentes da Polícia Federal relataram que o ex-presidente Jair Bolsonaro e a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro demonstraram visível nervosismo durante a operação que cumpriu mandados de busca em sua residência na manhã desta sexta-feira (18). A ação, autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes do Supremo Tribunal Federal (STF), ocorreu simultaneamente na sede nacional do PL, partido dos dois.

De acordo com os policiais federais, que usavam câmeras para registrar a operação, eles chegaram ao local por volta das 7h, quando Bolsonaro ainda dormia. O ex-presidente os atendeu na porta pessoalmente, sendo informado sobre os mandados, e logo foi acompanhado por Michelle.

“Eles se mostraram exaltados, afirmando que a operação não era justa”, relatou um dos agentes, destacando que, apesar do desconforto, o casal não ofereceu resistência física.

Durante as buscas, os policiais encontraram R$ 8 mil e US$ 14 mil em espécie, valores que Bolsonaro justificou apresentando comprovantes de saques bancários. Um pen drive encontrado na gaveta do banheiro do casal chamou atenção. Questionado sobre o item, o ex-presidente afirmou desconhecer tanto o dispositivo quanto seu conteúdo. O material foi encaminhado para perícia técnica.

Veja o momento em que a PF chega à casa de Bolsonaro: 

A operação foi determinada pelo ministro Alexandre de Moraes como parte das investigações sobre a tentativa de golpe em 2022.

O magistrado impôs ao ex-presidente medidas restritivas severas: uso obrigatório de tornozeleira eletrônica, recolhimento domiciliar noturno e em finais de semana, proibição de contato com autoridades estrangeiras e outros investigados, além da suspensão do acesso às redes sociais.

Em sua decisão, Moraes citou indícios de que Bolsonaro teria condicionado a suspensão das tarifas comerciais americanas a uma possível anistia no Brasil, o que caracterizaria, na visão do ministro, tentativa de “extorsão contra a Justiça brasileira”. A PF também investiga possíveis crimes de obstrução à Justiça e atentado à soberania nacional.

A defesa do ex-presidente anunciou que recorrerá das medidas impostas, enquanto o PL, partido de Bolsonaro, ainda não se manifestou oficialmente sobre a operação em sua sede nacional.

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